quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Segunda feira e um café por favor


Ela gemia e surrava confissões como se fosse a seu último dia e as verdades devessem ser expostas como uma boa fratura ou como seus seios rijos que pareciam indicar alguma direção. Mas qual seria o caminho que apontavam? se sabe que a verdade realmente estava entre as pernas dela pois tudo que dizia eram apenas promessas vagas que morrem entre os lençóis e as quatro paredes de quartos como esse, e morrem mudas, tão inaudíveis quanto aqueles desejos secretos que você insistentemente tenta esconder. O caos entre bocas e mãos e corpos em espasmos e delírios esquecem do real e sem controle caminham pra uma explosão intensa que termina num longo gemido de satisfação que se confunde com o som de tiros,choros e carros que nunca param de correr, mas nunca se sabe pra onde. Ela olha pra sua parceira na cama entregue a sensações e alheia a todo o resto e lembra das juras que escutou a alguns minutos atrás. Veste a roupa, sorri e sai pela porta direto pras escadas deixando alguma doença venérea pra trás ou quem sabe alguns trocados. Mas no seu corpo ainda pulsa toda a malícia daqueles que nunca se importam e apenas gozam fantasias e sonhos doentios demais pra serem confessos. Um dia depois no apartamento acham não uma nova doença mas os lençois cobertos de sangue com aquele belo corpo sem vida da garota que outrora fizera juras e se sentia tão viva e agora estava ali morta com um bilhete jogado no chão bem ao seu lado onde se podia ler.
-você ainda me quer?
a área é isolada e alguém pergunta quanto custa o café no barzinho la embaixo e logo vem a resposta do valor que sairia pela bagatela de 50 centavos.
-hum...bom preço e vale mais a pena do que muita gente por ai.
O café estava quente e forte como as manhãs de segunda costumam ser.

2 comentários:

Cla disse...

muito bom! =)

Polly . disse...

nao sei o q comentar
*-*