sábado, 29 de outubro de 2011

Oferta da casa

Conversas abortivas na noite
Mergulhadas em tédio terminal
Boiando num copo cheio de apatia
Tornando sua vida um evento
E a monotonia uma rotina
Procure na agenda um tempo para viver
E concilie com seu constante caminhar escravo

A morte prematura da vontade
Onde jazem os sonhos e a maturidade se encontra
Empunhando a responsabilidade
Ostentando sua carreira promissora
Enquanto oculta um abismo que sufoca a alma

E você vai generalizar e condenar todos os vagabundos a guilhotina
Porque é mais fácil
Porque não se deve duvidar do que é certo
Assim como é certo que um dia todo amadurecimento apodrece

Então amanhecem possibilidades banais
Verdades da boca pra fora

Bom dia ao suícidio social das gaiolas virtuais
Bom dia ao café queimando a gastrite
Bom dia ao jovem empreendedor de um futuro qualquer
Bom dia ao desempregado que quer um salário igual ao seu pra encher a cara
Bom dia a toda piada que se vive mas não se pode contar

Não importa com o que os seus ponteiros são gastos
O melhor seria viver e fazer disso uma comédia

Todos disputam atenção exibindo o ego em neon
Um rito de acasalamento esperando os holofotes
E ninguém sai impune
Não espere o melhor de mim
Nenhuma oferta pode ser maior do que suas posses
É o que dizem...se é significativo cabe ao cliente assumir sua razão

E a morte define o valor de tudo
Cabe a você negociar antes que ela venha lhe cobrar

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

"Verdades" ordinárias

As afinidades dão o tom
Em pretensas relações entre iguais
Um semelhante banal
Opiniões preguiçosas em dialogar com o contrário
E um caminhar reto pelas motivações tortas

Nossa canção é desafinada
Cada tom deslocado compõe outro fim
Um final premeditado pela incapacidade de lidar com a diferença
Que diferença faz? a gente complica o que de fato é simples
Ninguém quer ser aluno
Todos se acham eternos professores
Vomitando a sabedoria de seus prazeres e suas dores

Essa angústia da perda
Antes mesmo da queda
Ela sufoca sorrateira
Cada dia e vai domando o inquieto desejo
As pessoas querem moldar o futuro amordaçados e acorrentados
O convívio se torna simplório e falso
E as peculiaridades são dizimadas em cada individuo
A beleza de cada falha e acerto pessoal
Dando lugar a um viver uniforme

Lá fora existe um calor que mente e afirma a solidão
E um frio interno se faz presente em todos
A gélida sensação de que o outro é um mero coadjuvante da sua vida
Todos caimos na ruína da hipocrisia
Tornamos o amor uma grande empresa
Sempre no ritmo de qualquer público alvo

Essa vida vadia
Que te rasga a alma
Nunca consegue estar com você por você ser
Seja la o que for
Essa vida vadia
Que te rasga a alma
Não te joga segundas chances mas quer sempre te encaixar em algum jogo
E os dados rolam contra seu tempo
E as horas correm contra o seu sentido
E sentimos a navalha do ego
Ceifar tantos pensamentos divergentes
Deixando jorrar o sangue banal
Igual
Dessa vida vadia
Onde a alma rasgada revela a superficie vaga em essência
E deixa sangrar os sonhos que negamos como possivel realidade

Mas as crianças ainda conseguem sorrir
Aos menos algumas
O segredo delas a muito tempo foi esquecido
E hoje temos a frágil maturidade com todo seu fardo
E ainda temos orgulho em simular essa segurança
Estamos todos perdidos tentando traçar passos ensaiados
Sozinhos no meio de um amontoado de vidas robóticas
A caminho de um futuro adulto
Onde a covardia bate ponto e o salário é a acomodação




terça-feira, 2 de agosto de 2011

Abrace seu grande vazio

Hoje eu acordei com a sua covardia
Sua ânsia por não viver me despertou
Acordando de sonhos pesados que você nem sequer conseguiria ser espectador
Porque o peso desses pesadelos é real
E A realidade sempre pode ser pior
Sua desistência muda, insiste em se manter calada

Você larga os papéis e nanquins e esquece a guitarra no armário
Até o dia que sua coragem acovardada se ergue te faz abrir a porta
E então? você vende em uma loja de instrumentos ou pra um imbecil qualquer
Seu instrumento de guerra
Criando o reflexo da derrota no espelho porque se escolheu assim

Piedade é o caralho!!
Todos dizem que não tem mais
tempo
Que a família e o emprego
E o maldito tempo
Que a idade chega

Mas algum de vocês está morto?

Pelo jeito que se comportam não serão nem adubo quando estiverem preenchendo uma bela cova

Eu penso nos vermes que vão te corroer
Em como eles são prestativos fazendo o que sabem fazer
Qualquer um deles teria mais utilidade que você se não houvesse uma diferença...
Você pode pensar na sua escolha e fazer algo pelo seu existir mediocre
Um verme pode o que? bem...ele vai gostar do seu corpo podre, isso é certeza

Todo dia somos porteiros dessas escolhas...as sacanas escolhas
Sempre existem portas que alguns tem que arrombar
Nunca se sabe ao certo o que estar por vir mas ao menos se pode escolher o que se pode tentar
E você só escolhe tentar desistir
E deve estar rindo agora achando que todos fazem o mesmo
E que sou um cão imundo latindo pro nada
Claro que sou! tanto quanto você mas nem as pulgas nos querem mais
Sempre desisti e sempre fui bom em mergulhar em desencanto
Mas o nada também é um motivo da minha descrença
O desistir também me cansa
E ver esses sorrisos senis babando todo esse entretenimento vago
Ver esse agir de lacunas que se acham preenchidas
Todos um bando de hipócritas escassos
Vazios como um saco de batata que não se segura em pé
Porque batatas não existem mais ali

Sempre houve o nada

Esse asco de todas as suas bandeiras e orgulhos
Que insistem nesses nome e pedaços de panos que determinam fronteiras
Que criam decretos para sua falta de capacidade de conviver com o outro
Porque o vizinho deve ser posto numa cerca de arame farpado e limitado
E se criam os limites para moldar nossos inimigos amistosos

Hoje eu acordei dessa latrina que tanto sustentam
E enxerguei cada inimigo que agora chamamos de "parceiro", "sócio", "aliado", "conhecido", "companhia", "irmão" e "AMIGO"

E senti um forte cheiro de merda invadir tudo que se pode viver
E esse cheiro tinha nome
O nome dele podia ser visto como em um letreiro neon
Em cada retrovisor, espelho de banheiro ou até aqueles de mão pra retocar a maquiagem
Podia se enxergar até mesmo em lagos ou num balde de água pronto para lavar o banheiro
E podia ser visto até mesmo refletiddo nas vitrines das lojas
Aquele reflexo do seu devassso consumismo parasitando a sua vida

Quantos vão ler a mesma coisa em linhas diferentes?
E vão opinar a mesma coisa com palavras maqueadas com alguma sabedoria pré-aquecida
E todas as juras prometidas ao longo dos anos se tornam tão obsoletas quanto o seu opinar
Mas tem opinião que já nasce morta!
E não opinar sempre é uma morte muito mais morta
E cada um levanta a sua bandeira e quer mudar suas cores
Quer mudar os nomes dos lugares
Mas ninguém consegue ver que aquela merda toda é só um pedaço de pano
Todas as nações são representadas pelo seu povo
O nosso povo tá mais preocupado em colorir bandeiras com novas cores do que ter comida no prato?
É ISSO MESMO?
Demagogo ou vago os meus argumentos?
Creio que eles te incomodam e só isso


Erguemos qualquer bandeira num mastro de desrespeito
E o simples exercer seu direito de discordar hoje é tido como inveja, má fé ou carência de atenção...

E a culpa é de quem? é sua!!! tanto quanto minha porque todos tem orgulho atualmente para brincar de sub-celebridade virtual

Falando em celebridades
Por que precisamos sempre da morte de uma para exercer alguma humanidade?

Todo cantor fica na memória quando falece...

"Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, vários carros pararam em frente à Igreja da Candelária, no Centro do Rio. Os ocupantes abriram fogo contra as mais de setenta crianças e adolescentes que estavam dormindo nas proximidades da Igreja"

Alguém lembra disso? eu não gostaria de acreditar que exista uma vida mais relevante que a outra
mas mesmo gostando da música dos tais membros do clube do 27, setenta crianças e adolescentes que podiam fazer muita coisa, inclusive gravar discos não estão mais aqui e não se tornam Trend Topics em porra nenhuma. Acho que só estariam no topo se fosse num top 10 dos maiores esquecimentos e descasos com a vida humana...e olhe lá, porque a gente comete atrocidades maiores. Mas isso faz tempo e você quer algo atual? bem... no mesmo dia que morre outra estrela por overdose, morrem 92 pesssoas na Noruega. Seja em tiroteio ou detonando bombas a vida é sempre banal e os motivos são sempre nobres em seu mastro lá no alto... Sobrando gente famosa pra gerar dinheiro é o que importa porque temos que sugar o que pudermos de quem gera audiência.


Quer um textinho linear de auto-ajuda né? algo que te deixe feliz em ver o sol nascer
Espere uns segundos que eu lhe dou o que você merece...

Todas essas comparações são exageradas e fogem ao contexto todo que foi levantado?
Talvez tenha razão...mas elas não fogem tanto quanto você!
Esse seu sorriso débil sempre fugindo de tudo
A vida é cruel meu caro
Cruel como a mais deliciosa sobremesa costuma ser
Deguste todo o rastro de dor espelhado ao longo dos anos
Sinta ele se dissolver na boca e espalhar seu doce sabor e encare a manhã
Outra manhã em que as flores brotam em cima dos mortos
Outra manhã em que toda a vida se sustenta na morte
E se levante e aplauda de pé a sua patética forma de sobreviver e tudo o que pensa sobre isso

Você só tem essas mentiras para se agarrar
Então vamos brindar meu camarada
Porque enquanto alguém joga umas pedras num cachimbo
A gente joga a mente no vazio através de algum entretenimento idiota qualquer
Esqueça isso! entretenimento é ver a vida nas ruas perecer
Um dia isso pode te gerar muito dinheiro
E estampar um sorriso falso porém dourado na sua cara
E deixar seus olhos brilhando cifras

Estamos todos fodidos mas é tão divertido achar que estamos bem
Crer que nossa vida é menos miserável
Que a gente até esquece que toda vida é miserável do seu jeito
Mas as diferenças tem que gerar carnificina e não bom senso

Não é mesmo???

Eu estou fodidamente feliz em ser porra nenhuma!
E você? é feliz com o seu nada?

Tá procurando um poema? crônica?
Quer uma boa ortografia e algum respeito pela gramática?


Carregue uma arma e aperte o gatilho na sua cabeça que você acha tudo isso.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Teu futuro te condena

O futuro é assassino, segundo Leonard Cohen
Essa música está na trilha do Filme Assassinos por natureza
Mas me pergunto se não é tão óbvio
Eu assassinei o futuro hoje e amanhã farei o mesmo
Porque não aguento olhar para a sua cara inofensiva
Não suporto seus elogios e o seu sorriso covarde
Porque a vida se foi e ninguém se deu conta

Os dias seguem soturnos com um frio confortante
Se esgueirando diante do tempo
A vida é um furto
Eu leio todos os poetas e escritores de um mundo melhor
Escuto os discos de um gosto acima da média
E ninguém me diz absolutamente porra nenhuma!!!
Enfia seus discos do Velvet Underground e do Caetano Veloso no rabo
Rimbaud? Rambo é mais sincero! ele tinha uma arma na mão e muita munição

"Você escreve bem, me lembra o Bukowski"
Eu deveria me orgulhar por lembrar um velho defunto broxa, bêbado e que ninguém levava a sério?
Tanto quanto deveria me orgulhar de ter um cancêr na prostata né?

Nomes...tudo não passa disso
Nomes, números e definições idiotas que você programa em sua cabeça
E você se enche da sua arte e escrita e faz música pra gente de bom gosto
E você esfrega seus diplomas, cursos e curriculuns na cara de todos
Mas não sabe nem limpar a bunda
Deixa esse rastro de merda
Essa fragilidade patética de quem finge ser inabalavel
Se orgulha do seu país, da sua família e das suas crenças
Mas no fim é só um reflexo vazio no espelho
Uma grande lacuna que nunca será preenchida

Seus sonhos não me importam
Mas também não sonhem por mim
Não pensem em coletâneas de contos e poemas
Ou em músicas gravadas em parceria
Eu sou um assassinato
Sempre fui nocivo as pessoas
Se não o fosse, elas não viviam descartando minha existência de suas existências HAHA
E sabe por que? porque somos um enorme vazio
Eu não quero seu bem estar assim como você não quer o meu
Não finja! você só quer se safar dessa
Tirar o seu da reta e ficar com todas as glórias
Não respeito seu passado
Seus feitos não me interessam
Sua figura pública formadora de opinião
Sua militância em nome da cultura
A sua vida produtiva cuja única serventia seria estampar capas de revistas

E vejo no letreiro em neon a a sua "essência" pendurada em um expositor
"Imagem é tudo! sede não é nada
Obedeça sua imagem"
Banal como só você poderia ser, banal como a vida humana costuma ser
Faça parte desse espetaculo
Seja como uma garrafa de sprite pronta pro consumo
Viva para usar
Use para viver
Descartável é ser diferente
Então seja entretenimento
Seja falso e finja a vida e garanta seu futuro promissor
Um daqueles bem revista CARAS com sorrisos sintéticos
Se exibindo em uma nova liquidação

Abrace o calor humano das redes sociais
E faça um download de todo o amor que puder baixar
Reequentado em microondas e digerido pelo seu paladar plástico
Limite as fronteiras na cabeça e se ajoelhe diante da sua verdade
Sua verdade puta!!
Abrindo as pernas pra qualquer autoridade
Pra todo professor ou imbecil com uma guitarra na mão
Se deixando levar por qualquer farda
Seja ela militar ou universitária
Sua verdade puta...
Que geme no escuro e se deixa penetrar pelo pau imundo
De qualquer mentira que lhe jogue uma oferta maior

Sua dignidade está em leilão
Uma carona ou uma vaga num festival
Você tem seu preço assim como eu
Meu preço é a sua morte
É o fim de tudo como conhecemos
É uma nova literatura
Escrita em sangue por um Wellington Menezes de Oliveira
Manchando as paredes das escolas
Da Academia Brasileira de Letras
A poesia de uma Suzanne Von Ricthofen matando por dinheiro
Ceifando a vidas dos seus pais em nome do mais puro egoísmo
Você diz que soa mal? por que uso nomes de assassinos?
Vou citar Vinícius de Moraes? a beleza óbvia do seu tédio criativo?
Arrancar seus aplausos previsiveis?
Enquanto perdem seu tempo elegendo seus deuse literários
Esquecem de todos os versos tortos das vidas que não lhes interessam
Qualquer seu Zé ninguém tem mais poesia
Do que essas obras empoeiradas ostentadas em sua estante
Mas você precisa ser um seguidor, um servo e na hora de pisar em alguém
Seu Zé é seu lacaio e exemplo, definição e representação de toda a escória
Escória essa que você não enxerga em si
E se nega em assumir sua condição desprezivel porque sabe ler e escrever
E se masturba pra qualquer lixo que o Almodovar seja capaz de defecar
Ou talvez prefira o Woody Allen
É tão superior mas não consegue fazer as coisas sozinho
Precisa de gente que faça o trabalho sujo e que possa pisar em cima
Mas em breve estará por ai marchando pelo direito de todos os desafortunados
Todos que rejeita diariamente
E ainda fica ai horrorizado com os assassinos que produz
Ainda faz distinção dos casos como se a mídia e sua valorosa opinião
Determinassem quais vidas são mais relevantes
Todo tipo de gente morre todo dia e todo dia se escreve algo novo

E você ainda se acomoda a seus livros na estante?
Você as vezes deve pensar em escrever e ser um escritor
Mas você consegue escrever uma linha sem se basear na sua coleção de livros?
Mas sabe taxar qualquer um que não pense da mesma forma como irrelevante

Então me responda:

Quem é mais assassino do que você?
Você! indiferença...
Você! descaso...
Você! que desdenha...
E você? preconceito...quantos foi capaz de matar?
O mesmo número dos que marcham pela liberdade
A liberdade que eles reivindicam mas que em suas casas estão construindo uma muralha
Mantendo a liberdade alheia em cativeiro
O seu genial carcere privado

Não existe liberdade sem preço
Não existe bem estar sem dor

Execute quem merece morrer
Para uma revolução é nescessário quebrar alguns ovos...
Militantes do conforto
Do eu
Engajados em seu ego guerrilheiro
Onde a maior causa é você e sua prepotêncioa
Carrascos julgando quem deve existir
Cobrando pedágio para quem ousa respirar
Ousa ser
Ser algo que você esqueceu
Ser apenas sem hesitar o ser
Por mais non sense que isso possa lhe parecer
O sentido se sente
Mas por quem seria sentido em tempos tão conectados a posse
E possuir é o novo vício dos supostos "subversivos e revolucionários"
Fazendo arte com seus pertences
Um belo negócio movendo um mercado
Nada mais que uma boa embalagem para a mercadoria

Institucionalizaram tudo!
A tristeza e a raiva também se tornaram novas intituições
Encene seu papel e faça parte do enredo
Me cause nojo e eu te devolvo em dobro
Todo essa guerra fria contemplativa
Arremesso como uma granada
O asco que me assombra quando vejo seus olhos hesitantes
Eles parecem belos e tímidos
Parecem centrados no chão
Mas a única vergonha que você tem é vergonha da verdade
Nem mesmo uma mentira sincera te interessa
Porque você lida com comércio
Está sempre a venda
Todos vocês
E eu quero cobrar meu preço
Queria extirpar
Extinguir todo os males do mundo
Em um segundo
Ninguém seria poupado
Eu nunca me poupei- (não vejo razão para doar o meu perdão a ninguém)
Não é agora que vou te poupar de um desfecho tão belo

Queria toda a vida num fio de uma navalha
Cortando lentamente a sua jugular e deixando o sangue escorrrer
Cuidadoso como se estivesse traçando o desenho de uma nova existência

Quero a poesia dos versos a queima roupa
Quero ouvir cada vida agonizar
Quero me ouvir agonizando e sorrir
Rir de todo criador e criatura

Me mijar de rir
Soa mal dizer coisas assim não é mesmo?
Foda-se
Claro que lhe incomoda
Claro que você acredita nas pessoas e em sua boa vontade
Porque você fica ai na sua redoma
Sua vidinha segura
Sem grandes mudanças e reclamando da rotina que você escolheu
Reclamando porque não existe um pau que te coma e que te ame de verdade
Porque você só sabe tirar proveito das coisas que aparecem em sua rotina
Não consegue andar por conta própria
Reclamando porque sua namorada puta te traiu mais uma vez
Reclamando que hoje só tem dinheiro pra beber 5 cervejas
Porque não faz algo inusitado por sua vida? nunca tenta arriscar?
A segurança te domesticou
O conforto te castrou toda a vontade própria

Com 5 cervejas muita gente faz um estrago maior
Usando essa grana para comprar cachaça
Tem alguma rima nisso? algum lirismo?
Quer ver poesia aqui?
Pegue agora um espelho e um barbeador e leia tudo isso cortando sua cara imunda

Eu sou um revoltado frustado que odeia tudo e todos
É isso que você pensa? não?

Claro que pensa! é mais fácil definir o que as coisas aparentam
As pessoas tem medo de se conhecer
E se agarram ao superficial das outras porque são covardes
Sou mais corajoso que você? ou sou muito convencido?

NÃO!! eu sou mais estúpido que você
Porque ainda escrevo isso pra esfregar na sua cara
Ainda acredito... só não sei ao certo em quê

A maioria só iria ter o trabalho de acender o pavio
Eu acho a idéia tentadora mas quero atiçar a vida antes de explodi-la

Eu realmente quero "aparecer" mas não com esses "meus textos/poesias"
Quero aparecer como o desfecho da sua vida
Da minha vida
Um apocalipse prematuro para todos
Para toda a família
E o melhor! tudo isso antes do natal

Escrever faz de mim um escritor? não sei
Escrever sempre foi como cagar e todo mundo caga
Isso faz de todo mundo um cagão?
A lingua portuguesa que se foda!
A gramática é um tedioso embaralhamento de idéias que poderiams ser mais libertárias
Desculpa de quem não sabe escrever? claro que não!
Em tempos de tanta cultura e sabedoria é mais divertido ser um semi analfabeto hehe

O erro com intenção
O crime, o desacato a cultura
O que me interessa é o caos
A pirataria da sua falsidade sendo meu material
O meu e o seu lixo sendo moldados e semeando as dores expostas no mercado
Sofrer também é vendavel
Compre tudo antes que acabe
Sofra suas cenas de novela com esse roteiro mediocre

Estamos bem?
Tenho minhas dúvidas
Ainda bem que tenho
Ainda bem que não sou tão feliz ou infeliz como você
Tenho sorte por não estar sempre sorrindo ou sempre chorando
Não preciso me esconder
Mas me exponho demais e isso também tem seu preço
Todos temos...
Todos vamos pagar caro pela vida
E eu já tô devendo uma conta alta

E você? talvez eu acreditasse mais em você
Talvez eu acreditasse mais na gente se você jogasse fora o bom senso
E desse um forte abraço na demência
Pelo menos por um dia
Se ao menos por um dia você decidsse viver...
Mas você tem o amanhã
O maior assassino/assassinato:

O FUTURO

Que um dia eu vou matar
E com as mãos ensaguentadas eu vou erguer o (meu/nosso) futuro morto
E o tempo será o (meu/nosso) trofeu

terça-feira, 14 de junho de 2011

Funerais digitais

Você diz que sente muito...
Desejo meus pesames pro seu ato solidário
Encaro um cotidiano onde insistimos na mediocridade
Onde fingimos que algumas vidas importam mais que as outras
Somos reduzidos a números que consumimos,limitamos,definimos,avaliamos
Ao que acreditamos aglomerar o crucial em nossas vidas
Quem realmente sabe como é?
Estamos todos sozinhos nessa
Mas parece ser seguro achar que não
Mas que segurança existe em estar preso a algo
Para que assim se possa acreditar que as coisas terão um desfecho agradavel

A mesma cova que pra você é uma mera nota no jornal
Um dia vai te visitar
Ou seria o contrário?
As guerras ignoradas e suas pilhas de corpos
Os zumbis esfomeados que a nossa indiferença produz ao montes nas ruas
Lotando as cidades de mortos vivos desprovidos de qualquer respeito
São um mero reflexo da nossa humanidade de braços abertos
Do nosso coração de mãe sempre disposto a ter mais alguém
Um qualquer infeliz que possamos destruir tudo de bom e sugarmos o máximo que pudermos
ONGS e campanhas pela solidariedade parasitando nas dores alheias
Massageando nosso ego
E podemos bater no peito e berrar
"Tô fazendo minha parte"
Somos os únicos seres nesse sistema solar capazes de converter a morte em entretenimento
E você segue postando,exibindo e superestimando o seu almoço
Toda aquela futilidade indispensavel

Lembro dos dias que sonhava que era um pirata e era embalado por uma senhora
E cantavamos marchinhas de carnaval e a mesa velha era o nosso navio
Um dia essa senhora se foi
E as marchinhas ficaram mudas
Um silêncio gritava em minha cabeça
Um quarto escuro se formou em pensamentos sufocados por lacrimogêneo
E onde vocês estavam nessa hora?
Certamente cuidando de girar em suas órbitas fingindo um novo papel
Compondo esse teatro do qual também faço parte
Querendo ou não
Somos uma grande mentira
Estamos desabando a cada dia e ninguém se toca
Todo mundo acha que é importante
Que os comentários em seus blogs de merda e fotos estúpidas
Atestam que as pessoas realmente se importam
Ninguém se importa cara!
Estamos todos sozinhos nessa
O navio afundou
E hoje eu vejo outro ser engolido por um oceano desconhecido
Por ondas que abraçam qualquer um
E vejo longe
Em meus pensamentos um rosto sobrevivente
Com os olhos encharcados pelo estrago desse maremoto
Eles são claros em seu lamento
Eles hesitam e desabam
Se agarram as ruínas e gritam suas dúvidas
E impotente diante de tudo você se pergunta o porquê...

Nenhum funeral é capas de matar um afeto
Mas em vida todo amor é fadado a morte
Que bela cena construimos...
As perdas levam embora outro corpo
E lá se vai outra marcha funebre a caminho do nada
Mas não se perde o amor de uma rotina
Cada dia acordando cedo pro colégio
E tendo como bom dia aquele sorriso festivo
Aquelas mãos tremulas e enrrugadas
Frágeis como papel acariciando minha cabeça
E desejando que aquele deus que que criamos por egoísmo iria me abençoar
Isso só vai morrer comigo
Por isso bela amiga
Não existem lembranças que o tempo possa apagar
Existem os donos das lembranças que um tempo certamente irá deletar
Pois bem morte
Nossa amizade está selada
E o amor que ambos nutrimos
Muitas vezes platônico pela vida
É nosso não sei se elas estão vendo agora
Mas certamente gostariam muito que o nosso caminho continue rumo ao nada
Não estou na sua pele e certamente não gostaria de estar pois já vi esse filme antes
Mas um abraço perdido em lágrimas é o pouco que posso oferecer
Um dia você me paga retribuindo o abraço
E um dia qualquer da terceira idade a gente enche a cara em alguma enfermaria
Num asilo qualquer até que um dos dois morra e sobre as histórias sobre o outro
Mas cada momento envolvendo os casos e descasos da vida
Seja por mim ou por você contados
Serão sempre mais do que sobras
Serão um constante último banquete

Estamos sozinhos nessa...Juntos!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Novo limbo

Perspectivas catárticas e catatônicas repetem rotinas autistas
Captam sintonias perdidas
Fazem novos downloads de redes sociais em novo cataclisma
E erguem enredos para novas máscaras
O que parece te leva a crer mas o que te faz crer é só aparência?
Um murro mudo atinge quem enxerga
As vãs possibilidades de ser, perderam o eixo
Lance os conceitos ao futuro para que se tornem passado
Diga outra verdade que se permita mentir
Suicide o óbvio
Enterre a sabedoria de outra noite furtiva
Assuma os méritos por alguma reação
Caindo de cabeça em uma embrionária ilusão
Apaguem as luzes
E aproveitem as novas jaulas do prazer
Paraísos sintéticos ou virtuais
As algemas vão de acordo com o gosto da clientela
Os novos detentos das sensações estéticas

Bem vindos ao novo limbo

Ligações encerradas

Talvez o ânimo e o senso de humor não estejam mais tão em alta como antes e existam as sobras de algumas mentiras no comando e toda a sádica maturidade tenha castrado muitos desejos ou simplesmente chega a um ponto que...uma solução final? os dramas individuais não abalam nem mais as paredes que outrora foram as maiores confidentes. Outra noite de celebração...lamente ou não, não queira entender e se mantenha distante onde a sanidade se faz presente...



As vezes cansa...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sessão de brinquedos

Você quer entender o que está lendo?
Deseja realmente descobrir o que se passa aqui dentro?
Mergulhe com a cara no asfalto em algum engarrafamento
Pegue seus santos, heróis e deuses e use-os como tapete
Ainda assim você não vai entender absolutamente nada

Você quer decifrar as frases que escarro?
Ofereça sua face como alvo
Se ajoelhe diante dos meus devaneios caóticos
E você só irá conseguir uma grande porção de nada
Não quero sua bajulação
Seus comentários elogiosos nunca vão me causar combustões
Eu não sigo a vaidade e não dou muita atenção ao ego
Eu apenas vomito

Por que?
Violência gratuita é o meu motivo
Eu não quero seu bem estar
Nunca me interessou lhe proporcionar uma boa leitura
Não sou escritor
Sou um carrasco
Gostaria realmente de ser o açougueiro de toda existência humana
O algoz de tanto egoísmo
De tantos conceitos em delirante supremacia
Nada além de lixo
É que você tem quando diz ter razão
Possui um monte de lixo que vai te entreter
Até seus últimos segundos

Sua vida é letrada, cheia de pudores acadêmicos
De lógica cristã
Fartas doses de bom senso patriota
Uma cabeça cheia de fronteiras
Fala e escrita cheia de amarras ao certo
Você vem aqui e tenta ler algo
Você vem carregado de boas referências literárias, musicais e cinematográficas
e pensa que está lendo algo aqui
Você é analfabeto em esboçar qualquer reação humana
Sua frigidez emocional é de fazer inveja a uma parede
Você nunca vai sentir essas palavras
Porque realmente o seu umbigo está muito bem acomodado em um trono

Você quer entender tanta revolta?
Cague na minha boca! goze na minha cara!
Me esfaqueie até a última gota de sangue jorrar
Não vai fazer diferença
Isso é só o reflexo de sua suposta compreensão
É só a sua piedade refletida tentando acariciar minha cabeça
Suas belas palavras de conforto são nulas
Não preciso de pena
Preciso de munição!
O maior mal que puder imaginar
Ou todas as suas boas intenções
São menores do que o inferno que há em mim

Você não acha que está sendo dramático?
Claro que sim! assim como cômico também
Porque simplesmente quero confundir
Eis sua resposta:
Um espelho refletindo a dúvida
Sua existência patética dissecada ao lado da minha
Eu me alimento da sua podridão
É assim que funciona entre irmãos não é mesmo?
Como Caim e Abel
Um novo holocausto em cada escola
Um novo apocalipse desde o ínicio de tudo
A morte da vida
Sou um parasita sádico
Me saciando em fartos banquetes de sangue

Você quer saber por que escrevo?
Certamente não é pra acariciar sua inteligência e seus diplomas
Não é um boas vindas para poetas, artistas ou músicos
Nem para receber aplausos de vaginas molhadas e escritores boçais
Eu não dou a mínima pra você!!

Você quer saber em que acredito e o que existe de bom na vida?
É muito fácil!
Lembre de todos os preconceitos, da guerra, da fome
De cada resultado de HIV positivo
De protestos anti semitas
Chacinas e estupros no jardim de infância
De todo o abuso de autoridade
Da padronização das idéias
De todas as estátisticas de jovens negros assassinados
E veja o quão humanos nos tornamos
Lmebre que você lembra que um gay foi espancado
E esqueça do ser humano que morre
Porque você precisa dar um nome pro individuo
Rotular para que faça parte de um grupo
Para que seja maioria ou minoria
Para que uma morte seja mais lamentável que a outra
Para que milhões de mortos soe mais aceitável do que "jovem rica mata os próprios pais"

Por que tanta ironia?
Porque você acha que é ironia?
É fato! ninguém encara todas as perdas com a mesma relevância
E se existe um valor maior em algumas vidas
Enquanto as que sobram se tornam mais um número
Creio eu que existe algo de errado com o certo e errado
Creio eu que ninguém é realmente bom
E que todo mundo merece ser executado
O que te faz crer que você é um individuo mais valoroso que o cara que mora ao lado?
O que te faz taxar alguém de um possível desafeto
Ou alguém que não lhe interessa se você nem conhece a si mesmo?
Você não conhece ninguém!
Só te importa os seus direitos
E você os usa como desculpa para ser um crápula
Como motivo pra podar o direito alheio

Quantas vezes cuspiu na liberdade de tantos
Porque não sabe nem lidar com a sua
Porque só enxerga o ilimitado quando enxerga o próprio ego
Masturbando vaidade e ejaculando rios de hipocrisia
Transformando auto estima num tsunami
Surfando as custas do sangue derramado de todos que foram julgados como falhos
Fracos, perdedores, deslocados e a margem do funcional esquema robótico de convívio humano
Jogue sua vida no twitter e sinta a ilusória sensação de que não está sozinho
Me enoja toda essa rede social como todas as outras
Extremamente participativa
Em constante interação
Realmente o que se vê é um mundo virtual onde todos se ama
Talvez até de forma extrema
"Como se não houvesse amanhã"
Renato Russo morreu né?
Tá mais que na hora de alguém deixar de sentar no próprio rabo conformista
E cuspir nele e em todas as unanimidades
Escarrar um catarro viscoso em tudo que for intocável
Em qualquer coisa respeitável e que sirva como modelo
Não existe maior letrista
Não existe melhor em nada
Existe uma constante aula
Quem quer estagnar e achar que viver é chegar a um ponto e criar raízes
Ok, seja feliz com sua ilusão que eu sigo com a minha
Siga feliz jogando sua fazenda
Achando sua vida é um reality show e que as pessoas se importam
E que tudo é diversão
Mas não é!
Assim como a vida não é constituída apenas por sofrimento
Por chagas inaladas por todos os poros
Sua dor não é um universo a parte
E mesmo que fosse
Onde vocês estavam quando eu estava prestes cair em ruínas?
Talvez brincando de existir na frente da twitt cam

Por que escrever afinal?
Porque eu tenho asco!!!
E isso me nutre a continuar por direito
Sendo diferente porque não existe nada igual que eu consiga ser
Até tentei
Mas certamente eu não seria seu mero entretenimento para uma "boa leitura"
Ou "passatempo" de uma tediosa noite de meio de semana
Boa noite humanidade!
sucumba diante do fardo de ser um câncer racional
E veja o mundo que habita morrer a cada dia por suportar o fardo
De sua imensa incompetência
Boa noite humanidade!!
Abra a janela pro dia nascer feliz
Com a esperança de um novo e lucrativo hecatombe nuclear
Só precisamos da trilha sonora que recheie contas bancárias
Aquela que move o mercado dependente ou indenpendente e viciado nas esmolas institucionais
Arrume sua arte pra vender
Que fazer o que quer é uma afronta a qualquer direito de existir
Venda qualquer dignidade em uma grande liquidação
E esqueça qualquer desejo espontaneo pois eles são sinônimos de prejuízo
Abrace o fiasco que você é
Que todos somos
E assine embaixo no nosso atestado de óbito
Abra a janela pro dia nascer feliz!!!
Como se a aids fosse a certeza de um novo amanhã
Com toda a afirmação de que o tempo bom que não volta nunca mais
Nunca existiu e não é agora que ele vai se fazer presente
Temos muito armamento pra disseminar o caos
Pra que desperdiçar o que construímos procurando a paz
Que sangre a nova guerra e registre nossa estupidez
Um bom dia que se faz enxergar o nascimento de um novo inferno
Seu nome?
Humano...
Porque não se pode evitar.

Fim...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Eu quero a ferida que pulsa na tua cabeça e não consegue parar de...

A janela aberta revela fotografias cinzentas
Os pensamentos em fumaça sobem até o telhado
Os morcegos voltam ao seu covil
A noite se despede e da lugar a enfadonha manhã
Com seu sorriso plástico e velhinhos caminhando com sua saúde rastejante

Observe os 80 anos em boa forma
E veja refletida sua doença de 20 e tantos anos
Enxergue dissecada a sua frágil e erronea existência
Tudo exposto por uma caminhada geriatrica
A cama é meu imã e me suga a vontade
Fico ali magnetizado pelo ócio
Em um sedentarismo hipnótico
E o sono a muito tempo se ajoelhou diante das idéias nocivas

Eu costumava brincar com as pedras no jardim
E elas se tornavam naves
E elas eram os meus monstros assustadores
E com elas eu imitava a matéria no jornal
Construindo e derrubando o meu muro de Berlim
As pedras eram amigos tão francos
Podiam ser alienígenas em suas naves espaciais
E com elas eu podia me esconder, perdido no espaço
As pedras rolavam comigo
Mas eu nunca imaginaria que um dia elas iriam parar em tantos cachimbos

O passado turvo e delirante as vezes parece um carro desgovernado
Ladeira abaixo vou de encontro a lembranças de um outro eu
Você já se sentiu um desconhecido?
As coisas que aconteceram talvez não acontecessem mais ou até aconteceriam
De maneira diferente?
Não importa! já era
Foi assim quando bebi minha prova final no segundo grau
Pra que fazer uma avaliação quando você sabe que só vai assinar o nome?
Eu esfrego a minha ignorância supletiva na sua cara acadêmica
Minha incapacidade no seu futuro promissor
Por que?
Porque eu sei aonde vamos parar
Mas é melhor se fazer de cego e ignorar o óbvio
É assim que seus diplomas agem
Minha falácia é tediosa pra sua cultura?
No seu cu(lto) arsenal de meias verdades
Existe uma completa mentira

Tão inteira, assim como eu
Como você! vazio como balão em fim de festa
Sou como essas crianças que destroçam brinquedos
Que ficam nos cantos, encolhidas na parede
Esperando a hora de cuspir insultos
Aguardando a hora de correr chutando tudo
Alheio a tudo
Um homicida autista ateando fogo no seu parque de diversões

Eu tentei aprender a nadar
Mas tem gente que quer te afogar em porra
Eu nunca gostei de números
Eles sempre foram excludentes e falsos
As únicas notas que me importaram eram musicais
Até que um dia aprendi que elas não valiam nada também

Nunca fui músico, muito menos poeta
Não sonho em ser escritor porque catar lixo me soa mais atraente
Não existe arte que transcenda o trabalho de um coveiro
Cavei covas pra todos os meus sonhos
Pra tudo que acreditava e amava
E vocês me entregaram a pá
Cavei fundo e nunca parei
Mas ainda olho la pra cima e vejo o que quero

Pouca me importa os sonhos fálicos
Dos delírios de rock star cercado por putas e drogas
Eu nunca precisei de música pra fazer barulho ou sexo
Nem nunca precisei colocar tudo isso numa santissima trindade
Não sou bom em lidar com o sagrado
Não posso te dar a benção de (mais um) outro ser superior
Seja ele qual for
Mas posso dividir minhas virtudes e falhas e me educar com vocês
Não tenho uma vida que te interesse pra roteiro de filme ou algum livro idiota

Todas as linhas te fazem algum sentido? você se identifica?
Claro que não! você quer sua dor representada por palavras alheias
Eu não vou mais me importar, assim como você também não da a minima
A vida é cruel meu caro
Eu não tenho uma boa história pra você
Mas tenho um amor engatilhado
E passamos a noite rodando o tambor e apertando o gatilho
Estourando nossas cabeças nesse mundo perdido
Só temos uma bala mas ela é suficiente
Nossa roleta russa vai seguindo em frente
Mas olhem pra tudo que arruinaram
Só agora elas tem algum valor
Mas restou o teu lamento que não vale porra nenhuma

Não conheço ninguém que deixe o valor do bolso cheio pra depois
Mas conheço precisa de um funeral pra valorizar
Os "coadjuvantes" da sua vida
E lhe jogam flores e prestam tributos
Homenagens post-mortem geradas por sentimentos embalsamados
Amar deveria ser um cortante ataque revolucionário gerando constantes mudanças
Mas ainda existe quem insista em conservar seu museu de nostalgias empoeiradas
A morte deveria adubar as vidas mas estagna em auto-flagelação ou indiferença covarde

As paranóias ainda me encurralam em becos
Estupram toda confiança que um dia tive na boa vontade humana
Desacreditam todo o conceito de amizade que um dia tanto me importou
Descontruindo os abraços e apertos de mãos mais sinceros que já partilhei
Mas não vivemos numa porra de santa ceia
Partilhar o pão pode ser uma grande traição em alguns casos
Ou uma boa ofensa
Ou uma utopia anti egoísmo ditatorial
O caos é o regente de todos
A perfeição é maior falha que ingenuamente se pode acreditar


Viver sem suor
Viver sem sangue
viver sem lágrimas
É morrer uma vida extensa e tediosa
Cada segundo cortado na minha pele não me torna um mártir
Abra as mãos e faça suas chagas
Seja seu cristo ou espere alguém ser por você
Não importa a fé ou a falta dela
A fé move montanhas mas não consegue se mover sozinha
A fé precisa de você como muleta
É um caminho em comunhão
Sou devoto da vida
Assim como todos
Mas cada um da o nome que quer pra isso

Eu me observo e vejo as idéias flutuarem fora do corpo
Olho pra baixo e elas descem da janela e correm pro banheiro
Dão um grande mergulho na privada
E eu puxo a descarga
Jogo um cigarro e acendo outro
Olho pro céu e penso nas crianças indo pro colégio
E olho pra minha cama vazia e penso em outra cama
Sinto outro quarto dentro de mim
Os pássaros já não cantam mais
O dia nublado se mescla a fumaça dos carros
E o ônibus pede parada aos meus pensamentos
Eles seguem juntos tocando uma guitarra em fuzz naseante
Acompanhado outra prova de fogo da Wanderléia
A prova de envelhecer vivo
Antes que algo muito além da idade te mate
O mundo tenta acabar contigo antes que chegue seu fim
E toda citação é burra assim como a falta dela
Que todo ícone se enfie no cu
E que meu sono chegue
Pois colocaria ele num poster na parede
E iria me recolher ausente camarada
Para a cama vazia e dormir pensando
No quarto que está longe de mim
Por enquanto...

segunda-feira, 14 de março de 2011

Versos em linha torta dançam ao ritmo do nada

Enterre o amanhã
Em longas divagações
Cruze os braços
se entregue as sensações
e faça da sarjeta seu divã

Enquanto o mundo gira
Você permanece deslocado e tonto
Seus lábios selados
Afogam amores imaginários
seguindo um ritmo torto
encharcado na rotina

Lançando desejos no poço
O fundo te olha
E o sorriso é tão vazio
preso a uma bolha
Te sugam o tempo
E cada segundo se faz parasita

Melancolia e morfina
Anestesiam as dores
e as chagas estaticas
permanecem constantes
Amenizam o flagelo
Com o gelo da indiferença


Seu caminhar erroneo
dopado e senil
se encontra em um turbilhão
de sabores desgostosos
onde existe uma escada pro abismo
e você desce o corrimão
e encara um destino vil
revelando seus dias nublados

Anoitecendo desejos
Estão os limites
Aqueles que escolheram por você
Os grilhões e a falsa liberdade
Que te empurraram numa liquidação
Aquilo que te põe a mercê
De joelhos em estalactites
O teto se revela seu novo chão
Escravizado pelo topo
A vitória te condena
A função de vencer

Quem se priva das derrotas
So ganha as sobras das glórias
Não existem motivos pra percorrer a reta final
Quando se esteve sempre em primeiro lugar
Muitos caminham cabisbaixos
Mas quem esta no pódio
precisa olhar pro chão
Para enxergar o reflexo que a escória lhe reflete
E tombo smepre é maior quando se está no primeiro lugar
Perder e ganhar congelam o placar
As tentativas fazem a partida rolar
Competir não é importante
Fazer está além dos resultados
Apenas faça o que nunca poderão fazer por você
Mesmo que seja tudo em vão
Ou talvez nem exista mais motivação
Quem sabe reste alguma pro gatilho

Existe uma roleta russa
e ela se chama respirar
agora é tudo que temos
amanhã te aguardão as sobras
e o ontem nem mesmo pode ser tocado
Hoje se vive a queima roupa
Cravado de balas
são as palavras sinceras
raridades que não se encontram nos sebos
Não se acha auntenticidade apenas com a imagem

As longas amarras da gramática
Obrigam a expressar uma igualdade forçada
Um estupro ao espontaneo
Uma punhalada no erro
Afirmam o correto
Esquecem que comungamos na falha

Tristes aberrações tentam nutrir
Os sentimentos que alimentam por algo
Alguns não tem uma perna
Outros esqueceram do senso de humor
Existem até mesmo os que tem tudo
Mas nunca conheceram o simples
Mudam os nomes e endereços
Alguns trabalham e outros não
Seja qual for a função

A humanidade perdeu a razão
Pois a razão se tornou uma desculpa
Um artificio carregado de autopiedade e egoismo
Você mata e pede perdão
Mas nunca perdoa os homicidios que lhe causaram
E quando se da ao trabalho de cogitar a possibilidade
Joga a autoria do perdão em cima de algum cristo
E prosseguimos criando e acreditando
Em dúvidas que respondem por nossas responsabilidades
Inventamos motivos onde não existem
Explicamos a dor que apenas queriamos causar
O flagelo que era mero entretenimento
Porque somos covardes demais pra insultar
Precisamos ferir com algum porque
Por que?
Deixe sangrar e procure uma justificativa
Enquanto tento bolar a minha

terça-feira, 1 de março de 2011

Contos do além fossa

Lealdade e devassidão colidem na madrugada

O som suave da brisa fria da madrugada era um convite pra uma caminhada solitária até a praça. Os carros cruzam seu caminho com as luzes violando a escuridão fria e muda, poucos bares abertos exibem sorrisos alheios, distantes que mais parecem perdidos num rosto qualquer e são tantas faces mas no fim da noite todas são só mais uma. No centro da praça, produzindo ecos em extase está aquela mulher que você, um mero professor do segundo grau,insone e apaixonado pode um dia depositar alguma confiança. Todas foram sempre assim né? um patético reflexo na sua crenças de que seus sentimentos se refletiam nessa galeria de mulheres virulentas. Ela estava fodendo como se buscasse o último orgasmo de sua existência sacana. Atrás de um muro bem ao centro da praça a sua inocente mulher com rosto angelical e aquele esboço de sorriso tímido de garota ingenua estava ali ateando fogo entre as pernas as custas da sua dor. A mais suja das vadias não seria capaz de gozar da sua ruína. Mas a muito tempo se fala que as melhores execuções eram em praças públicas. Esse pode ter sido o seu melhor...o que resta são só sobras.


Um prato feito por nada


Ele sempre foi gordo e nervoso como um porco prestes a ser abatido. Nunca teve uma mulher que não tivesse que pagar pela companhia mas ele sempre dizia gostar de viver as pornografias das 4 paredes de um puteiro qualquer. Um dia ele conheceu Tereza e ela nunca tinha transado com alguém sóbria e sem cobrar mas nesse dia quando combinaram o programa por alguma ironia ela não estava bebada e o gordo estúpido conseguiu fazer essa viciada gozar como se aqueles fossem os únicos segundos que podia usufruir. Primeira vez que aquele saco de banha proporcionava algum prazer a alguma mulher. Ela não cobrou e desde então ele vive indo visitar a puta. Certa vez em uma daquelas mesas ele foi la so pra conversar com ela e fez algo que nunca tinha feito antes. Apesar de ja ter penetrado centenas de vaginas que o seu salário minimo podia pagar ele nunca havia beijado uma mulher. E ali estava Tereza com a boca cheia de porra recebeu um beijo do gordinho rastejante e ela se sentiu única enquanto ele depois de beija-lá olhava seus olhos e sorria como uma criança enquanto a porra escorria nos cantos da boca do gordo e nenhum sêmen podia tirar essa eufória dele.


Agite antes de usar

Outro dia eu bebia uma cana com um velho amigo e conversavamos sobre emprego e eu lhe dizia que estava desempregado mas tava tranquilo porque não existia nada pior do que trabalhar limpando banheiro de lanchonete. Foi quando ele retrucou e contou como era a rotina do seu novo trabalho. Ele cuidava da limpeza de um cinema pornô localizado no centro da cidade e frequentado por pedofilos, travestis, putas, traficantes a procura de uma chupada no horário almoço, bons rapazes de boa família e bom emprego mas que vivem o subterrâneo de suas pervesões escondidos nas sombras marginais de antros como esse onde nenhum conhecido seu seria capaz de passar sequer na frente. Todos aqueles velhos tarados e fedorentos e aqueles moleques que não pegam ninguém e vão ali pra ver se partilham sua ejaculação precoce com uma bicha ou puta afim de uma intera pra uma pedra. E era esse pessoal que ele tinha que aturar, era a escória, assim como ele e por isso mesmo insuportavel. Mas muito pior do que a escória eram as paredes e cadeiras gozadas que ele tinha que limpar e depois de passar um dia inteiro ouvindo gemidos e vendo putaria na tela e ao vivo, isso sem falar do cheiro e de passar o dia todo praticamente nadando com a cara enfiada em porra dos outros a única coisa que tinha vontade de fazer quando chegava em casa era de não ter sexo ou ver sexo na sua frente o que levava sua esposa a foder cosntantemente com seu vizinho e ele sabia disso e os dois sabiam que ele sacava tudo o que rolava. E sabe o que é pior? além de limpar a sujeira alheia e de ser indiferente a sexo e traições o cara ainda recebia pouco por isso. Ele batia com o punho na mesa enfurecido e berrrava puto: "Eu devia ganhar 1 milhão por limpar a sua porra". Dei um gole na dose e nervoso paguei mais algumas doses pro meu camarada pra assim entrar em acordo com meu chapa e silenciar minhas idas no cinema. Eu ainda tinha muita pipoca pra estourar...



Açougue e paranóia no parque de diversões

Depois de sua filha ter completado 13 anos o seu vício começou a corroer a relação das duas e passou a ser uma mãe desleixada e passando pela mão dos maiores canalhas até ver seu corpo se decompor em no vício e nas doenças venéreas. Um belo dia ela começou a observar a filha com uma atenção comovente. Tocou a pele da garota e acariciou o rosto da filha por alguns minutos. Com aquele sorriso débil de mãe coruja ela olhou pra sua única filha e companheira, já que era mãe solteira e desceu as mãos até os seios da menina que estavam crescendo. Já era uma moça, menstruava e chamava a atenção dos rapazes. Ela levou sua filha até a praia nesse dia e vendeu a garota pra algum gringo em troca de uns trocados e jogando a menina a um amanhã qualquer. Logo ela da as costas e deixa sua prole pra trás e depois de andar por 6 quarteirões ela consegue o que quer e coloca no cachimbo todo o amor que se limitou a sentir. O crack consumia sua vida num abraço confortante. Um abrigo longe da cruel sanidade.

Vigilante noturno

3 da manhã e seus olhos abertos fixos no teto o motivam a tomar uma iniciativa. Depois de bater a cabeça na parede algumas vezes você se certifica de quem o pesadelo é mais real do que se imagina. Você abre a janela e olha pra baixo e o chão parece ser um imã te atraindo para seus braços. Suas vozes permanecem em discórdia dentro das trincheiras que sua mente construiu. A janela te chama e você consegue voar para uma macha nas páginas policiais.


Fim de noite

Daqui a 1 hora o sol amanhece e todo o lixo se recolhe pras suas casas e toma um banho antes de dormir. Passei tempo demais sozinho e vendo esse pessoal denegrir qualquer crença que eu ainda poderia ter no ser humano. Vi todas as putas e todas as bichas e aquele viciados chupando traficantes. Saquei a arma e disparei. Hoje eu tomei banho no sangue imundo que me ceifa todos os pecados. Sou o santo pecador que assim como você se nutre parasitando as falhas alheias assim posso esconder meus segredos mais hediondos. Apenas agi como um inseticida enquanto tantos se privam do seu direito de expressar e agir diante do que lhe é nocivo.



Bom dia proletário!

A barba por fazer e uma pilha de curriculuns empoirados pra entregar se juntam ao meu cansaço de mais uma noite em claro. A angústia e melancolia me acompanharam nessa noite muda e seu silêncio gritava minhas falhas. Agora que o sol nasceu eu ganho a sua companhia e ele sorri um novo dia pra mim. Outro dia perdido como bala em tiroteio. Amanhã tento mais uma vez matar a motivação em estagnar.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Gastrite afetiva em febril estado de coma

O melhor ruído que sua vida pode vomitar
Sonhos distorcidos por cachaça e rivotril
O melhor ruído que sua vida pode vomitar
Está nas esquinas se exibindo num açougue vivo
Fumando crack e dando o rabo por qualquer coisa que mate a fome
O melhor ruído que sua vida pode vomitar
Se esconde na fé já descrente e preguiçosa
Na crença gorda e sedentária dos ícones falhos
O melhor ruído que sua vida pode vomitar
Se encontra na sua hipocrisia de conselhos e apreço
Seu aperto de mão é tçao falso quanto seus chutes
E todos os moralistas se erguem a seu favor
O melhor ruído que sua vida pode produzir
Está nos vagabundos que vivem a margem
Que em extrema estupidez insistem em acreditar que fazem a diferença
O melhor ruído que sua vida pode vomitar
É na minha cara, nos meus escritos amassados e na minha comida
O que produzo é tão podre quanto você por ser meu reflexo
E assim apodrecemos juntos em sinfonia delirante
O mnelhor ruído que que sua vida pode produzir
Está no coração entre as suas pernas
Gerando orgasmos claros
Gemidos e franqueza que o tempo pode acabar
Mas queremos algo além da solidão de qualquer companhia
O melhor ruído que sua vida pode vomitar
É a certeza que amanhã tudo vai desmoronar
Que tudo chega ao fim e mesmo sabendo disso tudo
E no meio desse mundo absurdo
Nesse emaranhado de lixo humano que afirmamos
Numa rotina de egoísmo e oportunismo
Todo o barulho que se pode viver se traveste num ruído
Um ensurdecedor e afirmativo sim
Para toda a morte que aduba a vida
E firma na memória que todo final
Inicia o constante existir falho
Que tentamos consertar
E quando ajeitamos as coisas maquiando os erros
Geramos a mentira
A mentira em exaltar a inexistente perfeição
Uma verdade enlatada que se alimenta de sua convicção
Que se sustenta nesse esquema modelo que anda na linha e paga as contas
Que mentira se alimenta da sua crença?
Aquela que te empurraram ou a que você criou como refúgio?
Ame o que se sente fora dos manuais
Rasgue os livros
Quebre a Tv
Amasse as bulas
Incedeie o padrão
E escute apenas o som dos estilhaços do amor
E todo o nonsense que possa vir no pacote
O que precisa ter sentido é o que precisa ser limitado
Não existe ordem em desejar
Apenas abrace o caos e ouça os estilhaços
Do melhor ruído que sua vida pode vomitar
A vida em si é um tiro e você é o alvo
Ainda existe muita munição nesse inquieto...
Por que?
Porque você vive!
Portanto mate o que importa e deixe para morrer depois
Explicações não se encontram por aqui e muito menos por ai
Sinta pra explicar que não existe motivos pra se explicar
Uma música acaba pra começar outra faixa
E existem novos sons pra compor outra tentativa desesperada
O nosso urgente caminhar
O destino sempre será lugar nenhum
Mas o caminho é um constante cenário de veracidade visceral
Interprete a si mesmo
E deixe os porcos lamberem o pus jorrando falsidade
Ignore o que eu digo como se ignora tudo que se diz
Porque quem vive agride por estar indiferente
Só se pode escutar o que se quer
Outro nó na sua cabeça
Me faz tão confuso quanto
Ainda temos muito o que aprender
Que os mestres morram em seu tedioso trono de sabedoria
Em inofensivo agonizar
E que o respeito e a agressão sejam verdadeiros molotovs
Quem entrem em combustão pelo relevante pulsar nas veias
Onde corre o sangue que o tempo esvai
Nas pessoas que se trombam com formigas
Num mundo que fascina por ser imundo
Mas ainda conserva algum sorriso ingenuo
Das crianças perdidas
Seja la onde estiverem perdidas
Ou no que se perderam
Perdemos a humanidade mas também podemos perder o pior que produzimos
Depende do que se aposta ao longo dos dias
Até chegar o momento que te encara
E quem sabe nesse dia te sobre o melhor ruído que a vida pode um dia vomitar