segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Apocalipse nas vitrines

Eu tive um pesadelo onde os tambores que anunciavam o juízo final eram as batidas de um funk que embalavam uma enorme bunda falante, que foi engolindo o mundo e toda a existência desse fétido planeta que havíamos transformado numa enorme fossa. Enquanto a bunda ia mastigando cada indivíduo, todos os meios de comunicação , todas as mídias iam registrando o fim desse grande vazio, que atende pelo nome de humanidade e num reality show senil onde os patrocinadores garantem que apesar de todo esse consumo a sustentabilidade iria garantir um desfecho politicamente correto e débil para nosso mundinho. Cada homem e cada mulher estava ligado através de fios que serviam como ponte para as ilhas de cada umbigo garantindo a possibilidade de curtir e compartilhar em tempo real e expressar suas últimas reflexões em 120 caracteres de hipocrisia . Diante desse espetáculo, os enormes tentáculos saiam do ânus gigante levando nossa civilização de volta para o início de tudo, para suas origens, as suas mais profundas raízes, levando a humanidade de volta para a merda. E a monstruosa bunda continuava a rosnar e sugar tudo, ceifando toda a espécie humana enquanto repetia a exaustão um mantra que dizia: "Consuma a minha verdade"

E a humanidade foi ficando atoladinha, foi ficando atoladinha foi ficando atoladinha até sumir dentro de um cu e quem sabe assim, um dia volte em forma fecal para ao menos adubar os vegetais que são mais nobres do que a nossa razão que sempre acabava sendo usada para erguer os alicerces da dor, pois somos os únicos seres que parasitam o sofrimento alheio. No pesadelo eu me encharcava de cerveja enquanto esperava minha vez de sumir e até lá eu podia ouvir o eco das minhas risadas e apesar de todos estarem ligados, todo mundo some sozinho em meio ao seu egoísmo, sem adeus, sem aplauso, sem beijo de despedida e nem as crianças foram poupadas pois elas se tornaram um reflexo da podridão adulta, onde a "maturidade" enforca a mais consciente inocência e toda a espontaneidade morre.

Eis nosso novo e derradeiro entretenimento, aproveite para charfurdar nessa lama você também (enquanto pode...)

sábado, 29 de outubro de 2011

Oferta da casa

Conversas abortivas na noite
Mergulhadas em tédio terminal
Boiando num copo cheio de apatia
Tornando sua vida um evento
E a monotonia uma rotina
Procure na agenda um tempo para viver
E concilie com seu constante caminhar escravo

A morte prematura da vontade
Onde jazem os sonhos e a maturidade se encontra
Empunhando a responsabilidade
Ostentando sua carreira promissora
Enquanto oculta um abismo que sufoca a alma

E você vai generalizar e condenar todos os vagabundos a guilhotina
Porque é mais fácil
Porque não se deve duvidar do que é certo
Assim como é certo que um dia todo amadurecimento apodrece

Então amanhecem possibilidades banais
Verdades da boca pra fora

Bom dia ao suícidio social das gaiolas virtuais
Bom dia ao café queimando a gastrite
Bom dia ao jovem empreendedor de um futuro qualquer
Bom dia ao desempregado que quer um salário igual ao seu pra encher a cara
Bom dia a toda piada que se vive mas não se pode contar

Não importa com o que os seus ponteiros são gastos
O melhor seria viver e fazer disso uma comédia

Todos disputam atenção exibindo o ego em neon
Um rito de acasalamento esperando os holofotes
E ninguém sai impune
Não espere o melhor de mim
Nenhuma oferta pode ser maior do que suas posses
É o que dizem...se é significativo cabe ao cliente assumir sua razão

E a morte define o valor de tudo
Cabe a você negociar antes que ela venha lhe cobrar

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

"Verdades" ordinárias

As afinidades dão o tom
Em pretensas relações entre iguais
Um semelhante banal
Opiniões preguiçosas em dialogar com o contrário
E um caminhar reto pelas motivações tortas

Nossa canção é desafinada
Cada tom deslocado compõe outro fim
Um final premeditado pela incapacidade de lidar com a diferença
Que diferença faz? a gente complica o que de fato é simples
Ninguém quer ser aluno
Todos se acham eternos professores
Vomitando a sabedoria de seus prazeres e suas dores

Essa angústia da perda
Antes mesmo da queda
Ela sufoca sorrateira
Cada dia e vai domando o inquieto desejo
As pessoas querem moldar o futuro amordaçados e acorrentados
O convívio se torna simplório e falso
E as peculiaridades são dizimadas em cada individuo
A beleza de cada falha e acerto pessoal
Dando lugar a um viver uniforme

Lá fora existe um calor que mente e afirma a solidão
E um frio interno se faz presente em todos
A gélida sensação de que o outro é um mero coadjuvante da sua vida
Todos caimos na ruína da hipocrisia
Tornamos o amor uma grande empresa
Sempre no ritmo de qualquer público alvo

Essa vida vadia
Que te rasga a alma
Nunca consegue estar com você por você ser
Seja la o que for
Essa vida vadia
Que te rasga a alma
Não te joga segundas chances mas quer sempre te encaixar em algum jogo
E os dados rolam contra seu tempo
E as horas correm contra o seu sentido
E sentimos a navalha do ego
Ceifar tantos pensamentos divergentes
Deixando jorrar o sangue banal
Igual
Dessa vida vadia
Onde a alma rasgada revela a superficie vaga em essência
E deixa sangrar os sonhos que negamos como possivel realidade

Mas as crianças ainda conseguem sorrir
Aos menos algumas
O segredo delas a muito tempo foi esquecido
E hoje temos a frágil maturidade com todo seu fardo
E ainda temos orgulho em simular essa segurança
Estamos todos perdidos tentando traçar passos ensaiados
Sozinhos no meio de um amontoado de vidas robóticas
A caminho de um futuro adulto
Onde a covardia bate ponto e o salário é a acomodação




terça-feira, 2 de agosto de 2011

Abrace seu grande vazio

Hoje eu acordei com a sua covardia
Sua ânsia por não viver me despertou
Acordando de sonhos pesados que você nem sequer conseguiria ser espectador
Porque o peso desses pesadelos é real
E A realidade sempre pode ser pior
Sua desistência muda, insiste em se manter calada

Você larga os papéis e nanquins e esquece a guitarra no armário
Até o dia que sua coragem acovardada se ergue te faz abrir a porta
E então? você vende em uma loja de instrumentos ou pra um imbecil qualquer
Seu instrumento de guerra
Criando o reflexo da derrota no espelho porque se escolheu assim

Piedade é o caralho!!
Todos dizem que não tem mais
tempo
Que a família e o emprego
E o maldito tempo
Que a idade chega

Mas algum de vocês está morto?

Pelo jeito que se comportam não serão nem adubo quando estiverem preenchendo uma bela cova

Eu penso nos vermes que vão te corroer
Em como eles são prestativos fazendo o que sabem fazer
Qualquer um deles teria mais utilidade que você se não houvesse uma diferença...
Você pode pensar na sua escolha e fazer algo pelo seu existir mediocre
Um verme pode o que? bem...ele vai gostar do seu corpo podre, isso é certeza

Todo dia somos porteiros dessas escolhas...as sacanas escolhas
Sempre existem portas que alguns tem que arrombar
Nunca se sabe ao certo o que estar por vir mas ao menos se pode escolher o que se pode tentar
E você só escolhe tentar desistir
E deve estar rindo agora achando que todos fazem o mesmo
E que sou um cão imundo latindo pro nada
Claro que sou! tanto quanto você mas nem as pulgas nos querem mais
Sempre desisti e sempre fui bom em mergulhar em desencanto
Mas o nada também é um motivo da minha descrença
O desistir também me cansa
E ver esses sorrisos senis babando todo esse entretenimento vago
Ver esse agir de lacunas que se acham preenchidas
Todos um bando de hipócritas escassos
Vazios como um saco de batata que não se segura em pé
Porque batatas não existem mais ali

Sempre houve o nada

Esse asco de todas as suas bandeiras e orgulhos
Que insistem nesses nome e pedaços de panos que determinam fronteiras
Que criam decretos para sua falta de capacidade de conviver com o outro
Porque o vizinho deve ser posto numa cerca de arame farpado e limitado
E se criam os limites para moldar nossos inimigos amistosos

Hoje eu acordei dessa latrina que tanto sustentam
E enxerguei cada inimigo que agora chamamos de "parceiro", "sócio", "aliado", "conhecido", "companhia", "irmão" e "AMIGO"

E senti um forte cheiro de merda invadir tudo que se pode viver
E esse cheiro tinha nome
O nome dele podia ser visto como em um letreiro neon
Em cada retrovisor, espelho de banheiro ou até aqueles de mão pra retocar a maquiagem
Podia se enxergar até mesmo em lagos ou num balde de água pronto para lavar o banheiro
E podia ser visto até mesmo refletiddo nas vitrines das lojas
Aquele reflexo do seu devassso consumismo parasitando a sua vida

Quantos vão ler a mesma coisa em linhas diferentes?
E vão opinar a mesma coisa com palavras maqueadas com alguma sabedoria pré-aquecida
E todas as juras prometidas ao longo dos anos se tornam tão obsoletas quanto o seu opinar
Mas tem opinião que já nasce morta!
E não opinar sempre é uma morte muito mais morta
E cada um levanta a sua bandeira e quer mudar suas cores
Quer mudar os nomes dos lugares
Mas ninguém consegue ver que aquela merda toda é só um pedaço de pano
Todas as nações são representadas pelo seu povo
O nosso povo tá mais preocupado em colorir bandeiras com novas cores do que ter comida no prato?
É ISSO MESMO?
Demagogo ou vago os meus argumentos?
Creio que eles te incomodam e só isso


Erguemos qualquer bandeira num mastro de desrespeito
E o simples exercer seu direito de discordar hoje é tido como inveja, má fé ou carência de atenção...

E a culpa é de quem? é sua!!! tanto quanto minha porque todos tem orgulho atualmente para brincar de sub-celebridade virtual

Falando em celebridades
Por que precisamos sempre da morte de uma para exercer alguma humanidade?

Todo cantor fica na memória quando falece...

"Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, vários carros pararam em frente à Igreja da Candelária, no Centro do Rio. Os ocupantes abriram fogo contra as mais de setenta crianças e adolescentes que estavam dormindo nas proximidades da Igreja"

Alguém lembra disso? eu não gostaria de acreditar que exista uma vida mais relevante que a outra
mas mesmo gostando da música dos tais membros do clube do 27, setenta crianças e adolescentes que podiam fazer muita coisa, inclusive gravar discos não estão mais aqui e não se tornam Trend Topics em porra nenhuma. Acho que só estariam no topo se fosse num top 10 dos maiores esquecimentos e descasos com a vida humana...e olhe lá, porque a gente comete atrocidades maiores. Mas isso faz tempo e você quer algo atual? bem... no mesmo dia que morre outra estrela por overdose, morrem 92 pesssoas na Noruega. Seja em tiroteio ou detonando bombas a vida é sempre banal e os motivos são sempre nobres em seu mastro lá no alto... Sobrando gente famosa pra gerar dinheiro é o que importa porque temos que sugar o que pudermos de quem gera audiência.


Quer um textinho linear de auto-ajuda né? algo que te deixe feliz em ver o sol nascer
Espere uns segundos que eu lhe dou o que você merece...

Todas essas comparações são exageradas e fogem ao contexto todo que foi levantado?
Talvez tenha razão...mas elas não fogem tanto quanto você!
Esse seu sorriso débil sempre fugindo de tudo
A vida é cruel meu caro
Cruel como a mais deliciosa sobremesa costuma ser
Deguste todo o rastro de dor espelhado ao longo dos anos
Sinta ele se dissolver na boca e espalhar seu doce sabor e encare a manhã
Outra manhã em que as flores brotam em cima dos mortos
Outra manhã em que toda a vida se sustenta na morte
E se levante e aplauda de pé a sua patética forma de sobreviver e tudo o que pensa sobre isso

Você só tem essas mentiras para se agarrar
Então vamos brindar meu camarada
Porque enquanto alguém joga umas pedras num cachimbo
A gente joga a mente no vazio através de algum entretenimento idiota qualquer
Esqueça isso! entretenimento é ver a vida nas ruas perecer
Um dia isso pode te gerar muito dinheiro
E estampar um sorriso falso porém dourado na sua cara
E deixar seus olhos brilhando cifras

Estamos todos fodidos mas é tão divertido achar que estamos bem
Crer que nossa vida é menos miserável
Que a gente até esquece que toda vida é miserável do seu jeito
Mas as diferenças tem que gerar carnificina e não bom senso

Não é mesmo???

Eu estou fodidamente feliz em ser porra nenhuma!
E você? é feliz com o seu nada?

Tá procurando um poema? crônica?
Quer uma boa ortografia e algum respeito pela gramática?


Carregue uma arma e aperte o gatilho na sua cabeça que você acha tudo isso.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Teu futuro te condena

O futuro é assassino, segundo Leonard Cohen
Essa música está na trilha do Filme Assassinos por natureza
Mas me pergunto se não é tão óbvio
Eu assassinei o futuro hoje e amanhã farei o mesmo
Porque não aguento olhar para a sua cara inofensiva
Não suporto seus elogios e o seu sorriso covarde
Porque a vida se foi e ninguém se deu conta

Os dias seguem soturnos com um frio confortante
Se esgueirando diante do tempo
A vida é um furto
Eu leio todos os poetas e escritores de um mundo melhor
Escuto os discos de um gosto acima da média
E ninguém me diz absolutamente porra nenhuma!!!
Enfia seus discos do Velvet Underground e do Caetano Veloso no rabo
Rimbaud? Rambo é mais sincero! ele tinha uma arma na mão e muita munição

"Você escreve bem, me lembra o Bukowski"
Eu deveria me orgulhar por lembrar um velho defunto broxa, bêbado e que ninguém levava a sério?
Tanto quanto deveria me orgulhar de ter um cancêr na prostata né?

Nomes...tudo não passa disso
Nomes, números e definições idiotas que você programa em sua cabeça
E você se enche da sua arte e escrita e faz música pra gente de bom gosto
E você esfrega seus diplomas, cursos e curriculuns na cara de todos
Mas não sabe nem limpar a bunda
Deixa esse rastro de merda
Essa fragilidade patética de quem finge ser inabalavel
Se orgulha do seu país, da sua família e das suas crenças
Mas no fim é só um reflexo vazio no espelho
Uma grande lacuna que nunca será preenchida

Seus sonhos não me importam
Mas também não sonhem por mim
Não pensem em coletâneas de contos e poemas
Ou em músicas gravadas em parceria
Eu sou um assassinato
Sempre fui nocivo as pessoas
Se não o fosse, elas não viviam descartando minha existência de suas existências HAHA
E sabe por que? porque somos um enorme vazio
Eu não quero seu bem estar assim como você não quer o meu
Não finja! você só quer se safar dessa
Tirar o seu da reta e ficar com todas as glórias
Não respeito seu passado
Seus feitos não me interessam
Sua figura pública formadora de opinião
Sua militância em nome da cultura
A sua vida produtiva cuja única serventia seria estampar capas de revistas

E vejo no letreiro em neon a a sua "essência" pendurada em um expositor
"Imagem é tudo! sede não é nada
Obedeça sua imagem"
Banal como só você poderia ser, banal como a vida humana costuma ser
Faça parte desse espetaculo
Seja como uma garrafa de sprite pronta pro consumo
Viva para usar
Use para viver
Descartável é ser diferente
Então seja entretenimento
Seja falso e finja a vida e garanta seu futuro promissor
Um daqueles bem revista CARAS com sorrisos sintéticos
Se exibindo em uma nova liquidação

Abrace o calor humano das redes sociais
E faça um download de todo o amor que puder baixar
Reequentado em microondas e digerido pelo seu paladar plástico
Limite as fronteiras na cabeça e se ajoelhe diante da sua verdade
Sua verdade puta!!
Abrindo as pernas pra qualquer autoridade
Pra todo professor ou imbecil com uma guitarra na mão
Se deixando levar por qualquer farda
Seja ela militar ou universitária
Sua verdade puta...
Que geme no escuro e se deixa penetrar pelo pau imundo
De qualquer mentira que lhe jogue uma oferta maior

Sua dignidade está em leilão
Uma carona ou uma vaga num festival
Você tem seu preço assim como eu
Meu preço é a sua morte
É o fim de tudo como conhecemos
É uma nova literatura
Escrita em sangue por um Wellington Menezes de Oliveira
Manchando as paredes das escolas
Da Academia Brasileira de Letras
A poesia de uma Suzanne Von Ricthofen matando por dinheiro
Ceifando a vidas dos seus pais em nome do mais puro egoísmo
Você diz que soa mal? por que uso nomes de assassinos?
Vou citar Vinícius de Moraes? a beleza óbvia do seu tédio criativo?
Arrancar seus aplausos previsiveis?
Enquanto perdem seu tempo elegendo seus deuse literários
Esquecem de todos os versos tortos das vidas que não lhes interessam
Qualquer seu Zé ninguém tem mais poesia
Do que essas obras empoeiradas ostentadas em sua estante
Mas você precisa ser um seguidor, um servo e na hora de pisar em alguém
Seu Zé é seu lacaio e exemplo, definição e representação de toda a escória
Escória essa que você não enxerga em si
E se nega em assumir sua condição desprezivel porque sabe ler e escrever
E se masturba pra qualquer lixo que o Almodovar seja capaz de defecar
Ou talvez prefira o Woody Allen
É tão superior mas não consegue fazer as coisas sozinho
Precisa de gente que faça o trabalho sujo e que possa pisar em cima
Mas em breve estará por ai marchando pelo direito de todos os desafortunados
Todos que rejeita diariamente
E ainda fica ai horrorizado com os assassinos que produz
Ainda faz distinção dos casos como se a mídia e sua valorosa opinião
Determinassem quais vidas são mais relevantes
Todo tipo de gente morre todo dia e todo dia se escreve algo novo

E você ainda se acomoda a seus livros na estante?
Você as vezes deve pensar em escrever e ser um escritor
Mas você consegue escrever uma linha sem se basear na sua coleção de livros?
Mas sabe taxar qualquer um que não pense da mesma forma como irrelevante

Então me responda:

Quem é mais assassino do que você?
Você! indiferença...
Você! descaso...
Você! que desdenha...
E você? preconceito...quantos foi capaz de matar?
O mesmo número dos que marcham pela liberdade
A liberdade que eles reivindicam mas que em suas casas estão construindo uma muralha
Mantendo a liberdade alheia em cativeiro
O seu genial carcere privado

Não existe liberdade sem preço
Não existe bem estar sem dor

Execute quem merece morrer
Para uma revolução é nescessário quebrar alguns ovos...
Militantes do conforto
Do eu
Engajados em seu ego guerrilheiro
Onde a maior causa é você e sua prepotêncioa
Carrascos julgando quem deve existir
Cobrando pedágio para quem ousa respirar
Ousa ser
Ser algo que você esqueceu
Ser apenas sem hesitar o ser
Por mais non sense que isso possa lhe parecer
O sentido se sente
Mas por quem seria sentido em tempos tão conectados a posse
E possuir é o novo vício dos supostos "subversivos e revolucionários"
Fazendo arte com seus pertences
Um belo negócio movendo um mercado
Nada mais que uma boa embalagem para a mercadoria

Institucionalizaram tudo!
A tristeza e a raiva também se tornaram novas intituições
Encene seu papel e faça parte do enredo
Me cause nojo e eu te devolvo em dobro
Todo essa guerra fria contemplativa
Arremesso como uma granada
O asco que me assombra quando vejo seus olhos hesitantes
Eles parecem belos e tímidos
Parecem centrados no chão
Mas a única vergonha que você tem é vergonha da verdade
Nem mesmo uma mentira sincera te interessa
Porque você lida com comércio
Está sempre a venda
Todos vocês
E eu quero cobrar meu preço
Queria extirpar
Extinguir todo os males do mundo
Em um segundo
Ninguém seria poupado
Eu nunca me poupei- (não vejo razão para doar o meu perdão a ninguém)
Não é agora que vou te poupar de um desfecho tão belo

Queria toda a vida num fio de uma navalha
Cortando lentamente a sua jugular e deixando o sangue escorrrer
Cuidadoso como se estivesse traçando o desenho de uma nova existência

Quero a poesia dos versos a queima roupa
Quero ouvir cada vida agonizar
Quero me ouvir agonizando e sorrir
Rir de todo criador e criatura

Me mijar de rir
Soa mal dizer coisas assim não é mesmo?
Foda-se
Claro que lhe incomoda
Claro que você acredita nas pessoas e em sua boa vontade
Porque você fica ai na sua redoma
Sua vidinha segura
Sem grandes mudanças e reclamando da rotina que você escolheu
Reclamando porque não existe um pau que te coma e que te ame de verdade
Porque você só sabe tirar proveito das coisas que aparecem em sua rotina
Não consegue andar por conta própria
Reclamando porque sua namorada puta te traiu mais uma vez
Reclamando que hoje só tem dinheiro pra beber 5 cervejas
Porque não faz algo inusitado por sua vida? nunca tenta arriscar?
A segurança te domesticou
O conforto te castrou toda a vontade própria

Com 5 cervejas muita gente faz um estrago maior
Usando essa grana para comprar cachaça
Tem alguma rima nisso? algum lirismo?
Quer ver poesia aqui?
Pegue agora um espelho e um barbeador e leia tudo isso cortando sua cara imunda

Eu sou um revoltado frustado que odeia tudo e todos
É isso que você pensa? não?

Claro que pensa! é mais fácil definir o que as coisas aparentam
As pessoas tem medo de se conhecer
E se agarram ao superficial das outras porque são covardes
Sou mais corajoso que você? ou sou muito convencido?

NÃO!! eu sou mais estúpido que você
Porque ainda escrevo isso pra esfregar na sua cara
Ainda acredito... só não sei ao certo em quê

A maioria só iria ter o trabalho de acender o pavio
Eu acho a idéia tentadora mas quero atiçar a vida antes de explodi-la

Eu realmente quero "aparecer" mas não com esses "meus textos/poesias"
Quero aparecer como o desfecho da sua vida
Da minha vida
Um apocalipse prematuro para todos
Para toda a família
E o melhor! tudo isso antes do natal

Escrever faz de mim um escritor? não sei
Escrever sempre foi como cagar e todo mundo caga
Isso faz de todo mundo um cagão?
A lingua portuguesa que se foda!
A gramática é um tedioso embaralhamento de idéias que poderiams ser mais libertárias
Desculpa de quem não sabe escrever? claro que não!
Em tempos de tanta cultura e sabedoria é mais divertido ser um semi analfabeto hehe

O erro com intenção
O crime, o desacato a cultura
O que me interessa é o caos
A pirataria da sua falsidade sendo meu material
O meu e o seu lixo sendo moldados e semeando as dores expostas no mercado
Sofrer também é vendavel
Compre tudo antes que acabe
Sofra suas cenas de novela com esse roteiro mediocre

Estamos bem?
Tenho minhas dúvidas
Ainda bem que tenho
Ainda bem que não sou tão feliz ou infeliz como você
Tenho sorte por não estar sempre sorrindo ou sempre chorando
Não preciso me esconder
Mas me exponho demais e isso também tem seu preço
Todos temos...
Todos vamos pagar caro pela vida
E eu já tô devendo uma conta alta

E você? talvez eu acreditasse mais em você
Talvez eu acreditasse mais na gente se você jogasse fora o bom senso
E desse um forte abraço na demência
Pelo menos por um dia
Se ao menos por um dia você decidsse viver...
Mas você tem o amanhã
O maior assassino/assassinato:

O FUTURO

Que um dia eu vou matar
E com as mãos ensaguentadas eu vou erguer o (meu/nosso) futuro morto
E o tempo será o (meu/nosso) trofeu

terça-feira, 14 de junho de 2011

Funerais digitais

Você diz que sente muito...
Desejo meus pesames pro seu ato solidário
Encaro um cotidiano onde insistimos na mediocridade
Onde fingimos que algumas vidas importam mais que as outras
Somos reduzidos a números que consumimos,limitamos,definimos,avaliamos
Ao que acreditamos aglomerar o crucial em nossas vidas
Quem realmente sabe como é?
Estamos todos sozinhos nessa
Mas parece ser seguro achar que não
Mas que segurança existe em estar preso a algo
Para que assim se possa acreditar que as coisas terão um desfecho agradavel

A mesma cova que pra você é uma mera nota no jornal
Um dia vai te visitar
Ou seria o contrário?
As guerras ignoradas e suas pilhas de corpos
Os zumbis esfomeados que a nossa indiferença produz ao montes nas ruas
Lotando as cidades de mortos vivos desprovidos de qualquer respeito
São um mero reflexo da nossa humanidade de braços abertos
Do nosso coração de mãe sempre disposto a ter mais alguém
Um qualquer infeliz que possamos destruir tudo de bom e sugarmos o máximo que pudermos
ONGS e campanhas pela solidariedade parasitando nas dores alheias
Massageando nosso ego
E podemos bater no peito e berrar
"Tô fazendo minha parte"
Somos os únicos seres nesse sistema solar capazes de converter a morte em entretenimento
E você segue postando,exibindo e superestimando o seu almoço
Toda aquela futilidade indispensavel

Lembro dos dias que sonhava que era um pirata e era embalado por uma senhora
E cantavamos marchinhas de carnaval e a mesa velha era o nosso navio
Um dia essa senhora se foi
E as marchinhas ficaram mudas
Um silêncio gritava em minha cabeça
Um quarto escuro se formou em pensamentos sufocados por lacrimogêneo
E onde vocês estavam nessa hora?
Certamente cuidando de girar em suas órbitas fingindo um novo papel
Compondo esse teatro do qual também faço parte
Querendo ou não
Somos uma grande mentira
Estamos desabando a cada dia e ninguém se toca
Todo mundo acha que é importante
Que os comentários em seus blogs de merda e fotos estúpidas
Atestam que as pessoas realmente se importam
Ninguém se importa cara!
Estamos todos sozinhos nessa
O navio afundou
E hoje eu vejo outro ser engolido por um oceano desconhecido
Por ondas que abraçam qualquer um
E vejo longe
Em meus pensamentos um rosto sobrevivente
Com os olhos encharcados pelo estrago desse maremoto
Eles são claros em seu lamento
Eles hesitam e desabam
Se agarram as ruínas e gritam suas dúvidas
E impotente diante de tudo você se pergunta o porquê...

Nenhum funeral é capas de matar um afeto
Mas em vida todo amor é fadado a morte
Que bela cena construimos...
As perdas levam embora outro corpo
E lá se vai outra marcha funebre a caminho do nada
Mas não se perde o amor de uma rotina
Cada dia acordando cedo pro colégio
E tendo como bom dia aquele sorriso festivo
Aquelas mãos tremulas e enrrugadas
Frágeis como papel acariciando minha cabeça
E desejando que aquele deus que que criamos por egoísmo iria me abençoar
Isso só vai morrer comigo
Por isso bela amiga
Não existem lembranças que o tempo possa apagar
Existem os donos das lembranças que um tempo certamente irá deletar
Pois bem morte
Nossa amizade está selada
E o amor que ambos nutrimos
Muitas vezes platônico pela vida
É nosso não sei se elas estão vendo agora
Mas certamente gostariam muito que o nosso caminho continue rumo ao nada
Não estou na sua pele e certamente não gostaria de estar pois já vi esse filme antes
Mas um abraço perdido em lágrimas é o pouco que posso oferecer
Um dia você me paga retribuindo o abraço
E um dia qualquer da terceira idade a gente enche a cara em alguma enfermaria
Num asilo qualquer até que um dos dois morra e sobre as histórias sobre o outro
Mas cada momento envolvendo os casos e descasos da vida
Seja por mim ou por você contados
Serão sempre mais do que sobras
Serão um constante último banquete

Estamos sozinhos nessa...Juntos!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Novo limbo

Perspectivas catárticas e catatônicas repetem rotinas autistas
Captam sintonias perdidas
Fazem novos downloads de redes sociais em novo cataclisma
E erguem enredos para novas máscaras
O que parece te leva a crer mas o que te faz crer é só aparência?
Um murro mudo atinge quem enxerga
As vãs possibilidades de ser, perderam o eixo
Lance os conceitos ao futuro para que se tornem passado
Diga outra verdade que se permita mentir
Suicide o óbvio
Enterre a sabedoria de outra noite furtiva
Assuma os méritos por alguma reação
Caindo de cabeça em uma embrionária ilusão
Apaguem as luzes
E aproveitem as novas jaulas do prazer
Paraísos sintéticos ou virtuais
As algemas vão de acordo com o gosto da clientela
Os novos detentos das sensações estéticas

Bem vindos ao novo limbo