sábado, 29 de outubro de 2011

Oferta da casa

Conversas abortivas na noite
Mergulhadas em tédio terminal
Boiando num copo cheio de apatia
Tornando sua vida um evento
E a monotonia uma rotina
Procure na agenda um tempo para viver
E concilie com seu constante caminhar escravo

A morte prematura da vontade
Onde jazem os sonhos e a maturidade se encontra
Empunhando a responsabilidade
Ostentando sua carreira promissora
Enquanto oculta um abismo que sufoca a alma

E você vai generalizar e condenar todos os vagabundos a guilhotina
Porque é mais fácil
Porque não se deve duvidar do que é certo
Assim como é certo que um dia todo amadurecimento apodrece

Então amanhecem possibilidades banais
Verdades da boca pra fora

Bom dia ao suícidio social das gaiolas virtuais
Bom dia ao café queimando a gastrite
Bom dia ao jovem empreendedor de um futuro qualquer
Bom dia ao desempregado que quer um salário igual ao seu pra encher a cara
Bom dia a toda piada que se vive mas não se pode contar

Não importa com o que os seus ponteiros são gastos
O melhor seria viver e fazer disso uma comédia

Todos disputam atenção exibindo o ego em neon
Um rito de acasalamento esperando os holofotes
E ninguém sai impune
Não espere o melhor de mim
Nenhuma oferta pode ser maior do que suas posses
É o que dizem...se é significativo cabe ao cliente assumir sua razão

E a morte define o valor de tudo
Cabe a você negociar antes que ela venha lhe cobrar