sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Coito interrompido

Entre as pernas ou dentro da sua cabeça existe como encontrar respostas pra terceita guerra mundial que se move por dentro consumindo suas entranhas como café da manhã com vista pra uma paisagem de verde pos apocaliptico de lodo corrosivo e fétido. Queimando e rasgando a pele, te puxam pra baixo onde o calor é um doloroso conforto depois de sessões de mutilação genital ou seria espiritual? sessões de descarrego emocional onde um turbilhão de sensações moidas num liquidificador são despejadas num copo e misturadas a merda que compõe esse disturbio mental de eras passadas em quartos escuros na companhia das paredes ou de estranhos conhecidos ou ilustres desconhecidos que dividem a cama ou as dores em silenciosos orgamos sem vida. O chão parece familiar e mais intimo do que todas as pessoas que tropeçaram em sua vida e ela recolhe o dinheiro, cospe o que ejacularam em sua boca e veste os farrapos que cobrem seus 12 anos estilhaçados e ela sorri pra outro carro, debruçada, um arremedo de mulher mais mulher do que a sua mãe.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Passarinho que come pedra sabe o cu que tem?

Desde criança minha mãe nos ensinou que o vicio é algo repulsivo e seus filhos não seriam doentes asquerosos e viciados. Cresci tendo asco e desprezo pelos malditos beberrões do bar da esquina la de casa, com aqueles hábitos imundos, arrotando e falando alto um monte de obscenidades e depois vomitando na calçada, cena essa, eternamente deploravel e quando passava com os livros do colégio e anos mais tarde indo ao trabalho, olhava pro bar e via aqueles rastejantes pateticos pedindo outra dose. Pra quem ainda não perecebeu, alcoolatras não são humanos, são criaturas inferiores que podem até um dia ter sido como todo mundo normal, mas agora são tão imprestaveis que me admira quando o carro de lixo passa e ão recolhe os bebados de cada esquina. O que mais me intriga é qual motivo torpe faz alguém beber ou usar drogas, o cara bebe e fica com aquele cheiro de privada de banheiro público, o sabor da bebida é insuportavel e os efeitos te tornam um imbecil tonto que mal consegue falar e raciocinar sendo capaz apenas de rastejar tombando de volta pra casa onde cai no chão quando abre a porta e ali cria raizes até o dia amanhecer e depois de horas de sol na sua cara você abre o olho e começa a pensar em levantar e leva mais tempo pra realizar tal feito. Gente assim vende até a mãe por uma dose de cana, bebe até mijo se tiver alcool e merece meu total desprezo pois somos seres racionais e eu como ser racional nunca faria algo que além de tudo que acabo de listar ainda pode me fazer mal e depois me matar. Eu que não quero me tornar um velho senil que não consegue limpar a bunda e vive cahando nas proprias calças, quando me chamam pra uma cervejinha depois do trabalho eu nego logo com um sonoro não e saio caminhando pra minha casa. Sempre foi assim e vai continuar sendo, vejo esse pessoal que bebe, mulher bebendo eu tenho horror!! enche a cara e sai por ai dando até pro papa, acorda na casa de um homem que não conhece isso quando não para na cama de outra mulher ou de um travesti, o que é bem pior porque eles são cheios de doenças e por isso mesmo arrumam a fuga na bebida e nas drogas pois acham que isso ao menos torna suas vidas sem futuro mais interessantes. Odeio esses doentes pervertidos cheios de vicios e mazelas que sujam o mundo com seus costumes doentios. Mas os anos se passaram e ca estou indo pra minha casa e por algum motivo estranho que não me lembro eu estava dormindo numa calçada e acordo com o sol na minha cara e abraçado comigo estava um desses mendigos imundos cheios de bebida na cabeça e doenças venereas logo chuto ele e dou uma cusparada na sua cara suja e cheia de feridas. Continuo andando mas o sol na minha cara deve estar me deixando meio tonto tombo e enxergo a minha casa, afinal, o lar a gente nunca esquece e então entro mas perecebo algo estranho, muitas mesas e cadeiras e aquela mússica alta de péssima qualidade, queria saber quem estava escutando aquela porcaria pois na minha casa so se escuta música clássica e hinos da igreja que frequentamos como bons catolicos que somos, nasci e vou morrer no catoliscismo. Mas ja que estava em casa queria algo pra me refrescar e como estava cansado peço a um rapaz que parecia ser um dos vários serviçais que tinhamos em casa, nunca memorizei o rosto de nenhum deles, acho que nem sabiam ler ou escrever, essa gente não tem dinheiro e cultura porque não procura, fica nos bares quando não trabalha sendo sugados pra dentro de cada copo que bebem. O rapaz logo chega até minha mesa e me olha com nojo e diz que eu não paguei a conta de ontem e ainda pertubei os clientes assediando alguns rapazes da mesa dos universitarios do curso de historia que enchiam a cara quando foram surpreendidos por um travesti que dançava em cima da mesa, ofendido tentei esmurrar o cara que me arremessa contra a parede e logo vejo um reflexo estranho no espelho e quando percebo o vestido e a maquiagem e um flash vem a minha cabeça e me lembra da minha esposa aos berros jogando minhas coisas fora na noite anterior. Quando levanto a cabeça um negro imundo de quase 2 metros olha pra mim e sorri, abre o ziper e diz:
-Você pode usar a boca com mais delicadeza dessa vez e eu falo pro dono que parte da sua divida no bar foi paga hehehe
Coloco as mãos dentro da bolsa, da minha esposa por sinal e com um cheque dou um jeito temporario a minha conta que até alguns minutos atras eu nem sabia ter e puxo o resto de grana que tinha e pago a vista, em especie uma cerveja gelada como qualquer pecado vadio que se ve em toda esquina e bebo num gole longo e prazeroso minha amarga verdade. Sempre odiei alcoolatras e agora eu lembro o motivo mas so não me recordo porque não consigo sentar direito.