quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Sindrome de Estocolmo

Teu desejo carrasco difere do meu
Você tem sequestrado minha alma ao longo dos anos
Seu escape se mantem no meu vicio
A dor que me inflige nutre meus devaneios

Um belo surto
Meu curto circuito
Desenha seu sorriso
E ele se torna meu

Me fiz vitima por querer
E isso me torna seu maior agressor
Sendo seu devoto escravo
Te aprisionei a amarras e mordaças
Agora você tenta em vão

É assim que funciona
Com defeito de fabricação
Construindo ruinas
Mantendo o olhar desolado

Toda fidelidade recheando outras camas
Uma verdadeira dama vadia
Seu nome era farsa e seus lábios cerrados
Despedançando toda a motivação

Nossa mentira valiosa
Num pódio sustentado por cifras
Você furtou minha sanidade
E meu troco foi violar o respeito que poderiam ter por ti

Caça ou caçador
Nossa venerea cadeia alimentar
Sugue minhas sobras porque as suas a muito estão escassas
Nenhum juri poderia condenar
Porque a justiça nunca foi inocente
Assim como eu e você

Esvaziamos a vida
Em fartas doses de hipocrisia
Cada centavo que deixamos valer mais
Será cobrado em dobro
E o que importa fica pra tras em nome de outro patético egoísmo

domingo, 5 de dezembro de 2010

Ofertas mortas na seção de mentiras

Tim Maia te disse que ela partiu e que nunca mais voltou
E quem quer saber do seu enfadonho tropeçar?
Procure uma forma diferente de se masturbar e ejacule na sua solidão
Ninguém tem tempo pra você
Tempo não se doa a ninguém

Distribuição gratuita se faz com o pente cheio de balas
Sabe quantas granadas me cuspiram e eu tive que engolir?
Tanto faz! todo mundo tem um terceiro Reich tramando ataques relâmpagos
Coca-cola e azia
Queimando o estomago em sufocante napalm
Você engole seco outro querer frustado

O natal vem vindo com suas luzes hipócritas
Pisquem e brilhem outro inferno em liquidação
Suguem toda a grana que pode prostituir minha dignidade
Sem dinheiro e com as cabeças violadas
Seguem deixando muito mais que alguns reais no caixa
Outra lobotomia bate com o sino pequenino de Belém
Enfia esse Deus menino de volta nessa puta virgem

Datas nunca me incomodaram tanto quanto o que as pessoas fazem com elas
Quer algo pra se lembrar? lembre do dia que a vida te tirou o seu melhor
Lembre de se sentir acuado e indefeso
Um completo palerma que precisaria de ajuda pra mastigar se lhe empurrassem comida
Pouco importa se não consegue digerir suas dores
Implore por seu tiro de misericórdia
Abrece seu papel de coitado que é o que parece ter lhe sobrado

Salas de espera me lembram o quanto as pessoas esperam das outras
Querem ser ou que você seja a pecinha de lego que falta pra montar o castelo
As ruínas são tuas então te vira pra organizar teus pedaços
A peça que te falta é bom senso pra chutar quem cruze seu caminho
As pessoas não merecem o melhor

Ninguém merece
Eu não mereço...

Sempre o mesmo papo furado sobre mérito
Faça por onde ter o merecimento de algo tão válido quanto seu nulo existir
Eu gargarejei dia desses o sangue que quase vomitei
Engoli tudo de volta como se fosse revigorar minhas forças
Eu gosto de piadas como essa
Quem sobrevive ao humor torna o mesmo banal
Um irrelevante sorriso amarelo que se força a se estampar na cara

Cara a tapa é rotina e outra queda te espera quando passar pela porta
Quem diria que alguém poderia se importar?
Tantos planos de saúde, igrejas e bancos oferecendo empréstimos
Eles querem sua eterna gratidão
Querem seu dever sendo herdado durante várias gerações
A maldição da culpa forçando as pessoas a terem dívidas homéricas

Quantas pessoas você tem que foder pra esquecer de amar?
Enfie seus sentimentos idiotas dentro desse limbo que você tem na cabeça
Suas lágrimas nostálgicas não vão ser ouvidas por ninguém
Quer romance e entrega na sua vida? a novela te oferece tudo isso sem causar dor

O baixo funkeado conduz em groove um lamento de vozeirão estrondoso
A bateria marca esse sincero pesar
Enquanto a guitarra se insinua sacana como se enfiasse libido nesse apelo
Quem voltou pros seus braços por isso?
Sua música só pode no máximo valer grana
Coisa que só parece ter algum valor

O sono e exaustão estão sempre acordados
Eles fazem companhia pra sua solidão de cigarros entupindo um cinzeiro
Quantas garrafas vazias guardadas no teu quarto
Cada uma se esvaziou com seus últimos goles
Os galos cantam zombando dos seus vícios e anunciam outra manhã que te agride
Nem são de briga mas se acham mais do que frangos gasguitas
Você pensa neles fritos e recheando seu prato e sonha com algumas cervejas


Uma cerveja poderia apagar o sol?
Quanta aguardente se consome para sarar as feridas?
Rios de vodka e vinho cruzam montanhas de cocaína
Mas quando vão apagar sua memória?
Fume todo fumo que puder
Até fazer Bob Marley parecer um moleque que só tava experimentando
Você realmente não se importa com esses caras, apesar de preferir o Dylan
E nenhum garoto de Liverpool assumiu suas chagas

Heróis e referências podem ser mais vivas do que esses cortes abertos?
Você sorri abrindo a faca os outros cortes que já estavam fechados

Gostaria mesmo de pegar esse revolver e carrega-lo com o seu futuro
Meter ele na sua cabeça e aproveitar a chance e meter o meu futuro também
Existe desperdício maior do que ser alguém amanhã?
Crinças são tão tolas mas onde estão as limitações de tempo e espaço?
Na sua cabeça adulta e responsável!
Responsável pelos alicerces de sua hipocrisia experiente

Sempre gostei de queijo do reino
Andei imaginando como seria bom encolher e explorar sozinho o reino desse queijo
Como um rato desses desenhos animados
Tom e Jerry são como Caim e Abel
Obsereve os dois casos e pense em como costumamos agir
Tem coisa mais humana que esfaquear seu irmão?
Queria ver seu corpo alagar a sala de sangue
Seria o melhor banho que eu poderia capaz de imaginar

Tem um garoto esquecido
que procura destruir os conceitos que encontra
Mas um dia ele sonhou uma bela história
Assim como você
Passado todo os dias que estão por vir
O fim se faz afirmação diariamente
Mas da lugar a um novo início
E agora o garoto pode voar
Até acordar com a cabeça estourada no chão

Acredite...crer não é fácil, mas ainda podemos tentar
Tente parar de mentir sua vida
Já é um bom começo
Apesar das opções mais fáceis
Nosso complicado viver não passa de uma tempestade que criamos em copos
Com água ou veneno
Aproveitem as ofertas da liquidação da vida
Quem sabe amanhã me sobre teu beijo desidratado

Achados e perdidos

Os sonhos de outrora marcham funebres
Se desmanchando em versos que te soam banais
Mais uma vez elogios e comentários
Alguma critica sem nenhuma rima com as entranhas
Outro sábio desconexo com o amor
Perdido em meio ao seu grande ego de livros e mandamentos
Em sintonia com a gramática e seus grilhões
Preocupado em rotular liberdade de licença poética
Espontanea descarga de sensações em movimentos vanguardistas
Preocupado taxar o convecional e o não convencional
Um mestre do que não se vive
Cercado por alunos ansiosos em arremedar esse não viver
Pra que me importaria em impressionar?
Previsivel ou não o meu diploma não se ganha em escolas e academias
Sou piegas como amor com dor
Datado como berrar um refrão que nasceu pra ser selvagem
As surpresas apenas acontecem como se sente na hora
As pedras rolam em avalanches e cachimbos
As esquinas perdidas cobram uma mixaria por algum orgasmo pueril
Outro beco espancam o tédio tendo em mão um porrete intolerante
Qual amor te agride mais? as diferenças ou as afinidades?
O triturador de lixo apaga outro passado em comum
E escondendo as lágrimas nos olhos acendo outro cigarro com sua foto
O inicio do fim grita em silencioso e respeitoso desacato
Suas asas deviam ser de chumbo por isso estagnaram tua liberdade a esse fingimento
Que eu uso de toda a minha sinceridade pra fingir acreditar que você não percebe
O sol se põe em queda diante de mais um adeus banal
Rasgaram com faca os doces desejos infantis
Se essa rua fosse minha eu faria muito mais por você
Mais do que o mundo ja fez ou prometeu
Mas ja pisaram na minha mão quando pedi mais uma chance
É triste quando duvidam da sua vontade franca
E a franqueza se perde em prantos solitários e mudos
A surdez dos corações blindados não permite o livre sentir
Poderia ter a dádiva dessa maldição por tanta gente
Mas tenho por você que nem sei mais quem é
O tempo misturou tudo isso numa colher até dissolver
Amarrou o elástico no meu braço e injetou esse leve beijo nas minhas veias
Flutua dentro de mim um sorriso que não é meu
Um sorriso sem rosto que nem ao menos sei se um dia teve
Se teve, eu realmente não lembro mais de suas feições
Ou elas se tornaram diferentes
Frias e distantes
Autoritárias demais e atreladas as suas negações
Mais uma vez seu tribunal me condena a fogueira
Um conselho formado pelos escolhidos da literatura vem apontar minhas falhas
Como seu eu não fosse ciente do lixo que posso produzir
Vocês perdem seu tempo tentando me mostrar o sucesso
Querem me ensinar a ser alguém
Mas eu durmo até tarde aos domingos e já sou alguém sem futuro
Tanto quanto você e seu diploma ou carteira assinada
Também assinaram minha carteira e dias depois eu tava na fila pro exame demissional
Sucesso é comer comida do lixo ou no supermercado sem pagar
Que diferença faz a sua maldita ocupação e sua rotina de cidadão modelo
Paga suas contas, impostos e não afronta a moral e os bons costumes
Mas isso te ame e te abraça ao fim do dia te olhando como se o mundo oudesse acabar naquele misero segundo que vale mais do que todo seu salário?

Acho que não!!
Você nunca foi so um segundo ou um fim de mês
Era a rotina menos previsivel e o inusitado mais cotidiano
Meu melhor erro...devo ter escrito seu nome em algum lugar
Talvez na gaveta fechada e cheia de poeira
Ainda vão tentar me expor a algum constrangimento por ser quem sou
Mas entre seu erro e o meu erro, eu prefiro o meu
Sou como você! diferente e falho
Ainda bem que temos isso em comum
Não somos iguais
Mas apenas uma pessoa fez minha diferença ir além
Quem melhor do que você pra saber de quem eu estou falando
Estou a muito tempo num limbo e nem sei do que falo realmente
Mas ainda sinto pulsando vivo algo que não me assombra
Mas também não me conforta
E inquieto tento saber em vão o que sinto
Só sei o nome mas quando tento falar eu nunca consigo lembrar
Dia desses eu desci bebado num supermercado e decidi comprar meu café da manhã
Normalmente iria furta lo mas eu tava solitário demais pros riscos
Queria a frieza da compra porque refletia meu estado
Fedendo e suado saio causando má imppressão as familias modelo
A porta se mostra mais educada que todos e abre sozinha me revelando a saída
Ela me lembra você quando me convidou pra cair fora da sua vida
Eu começo a comer o tal sanduiche e sinto a vida a cada mordida
E como um mendigo eu tento pensar que você teve sempre a mesma relevância pra mim
Meu prato de comida
Mas a satisfação ia além de matar a fome
O prazer da vida exalada nos poros
Como cachaça que sai do corpo impregnando as roupas
Alguém que passa pela sua vida e finca um sincero desejo de que nunca se acabe
Mas que um dia a gente se toca de que até as lembranças se apagam...
Nostalgia suicida ou um constante homicidio?
Ame primeiro e tente me dizer depois
Garanto que é mais facil apertar o gatilho.