sábado, 13 de março de 2010

Quando as doses secam mas você sente que a noite ficou...

Outro orgasmo sangrado
em solidão silenciosa
e um um nome gemido
abafado por um desespero contido
amargo
parece clamar por outros gemidos que
devem ter sido sempre distantes demais
pra realmente partilhar
sozinho
com as paredes brancas
você recorda do ontem
e da mão amiga que te apunhala
como se você tivesse implorado por isso
e te importou mais defender a mão carrasca
que me abriu uma nova ferida viva
do que tentar algum respeito
daqueles que não se imagina
mas se sente quando se vive o que foi fato
sensação que vai sempre nos encarar
mas que não se sabe mais aonde isso vai parar
no momento se encontra perdida
o mais comovente e comovido desejo
mas ele ainda vive
mas depois da queda
rasteja
mas não precisa de piedade
pois continua indo em frente
e agora
muito mais por mim
eu sinto sozinho algo que te envolve
mas teu interesse é outro
viva sua estrada de arame farpado
que eu vivo a minha
mas estou de certa forma
do lado
sangrando também
o respeito me faz manter como amizade
algo sentido além disso
e minha mão e minha lingua
continuarão apunhalado so o que faz mal a quem me importa
eis me aqui
o escravo de mim
do meu sentimento
ao meu dispor
pois o que tenho não é acima de ninguém
mas é meu e nunca estara abaixo de nada
e nunca poderia limitar isso a algum capricho egocentrico da minha parte
mas é so meu direito de assumir o que sou
enfiado com qualquer conceito nesse seu
no nosso
e no de todos os egos
sem vaselina
pois minha alma penetra onde não poderiam nascer rosas
e essas rosas eu ofereço ao funeral do que não pode ser morto
a marcha funebre vira piada
e confirma meu existir
a cada dia
além de uma noite e até nunca mais
mandano pro inferno os conselhos de
"você precisa é de uma boa trepada"
jogando eles onde merecem estar
descarga abaixo
indo como se nunca mais fossem voltar
mas os exemplos de ninguém cabem no que estou passando
e eu nunca usaria o que esta acontecendo pra guiar ninguém
isso é meu
vou vivendo como sinto
e quem pode tirar isso de mim?
esse é um receio que eu sei que não terei o desprazer de conhecer
eis me aqui
o amor ferido como todos vocês
não estou morto e consigo me respeitar
mesmo que tenha que estar sozinho
e que a dor continue
posso gritar sem medo
que sempre sou fiel ao sentimento que tenho
e daqui ninguém consegue me tirar
portanto é bom se habituar com o fato
que estou vivo
e se incomodo
não posso fazer muito além de repetir
eis me aqui
o amor ferido como todos vocês
mas ando sem muletas

Se foi mentira foi a mais real

Todo o nada
Quer gritar
Pra abalar a indiferença
Que você faz presente
So me resta
Sentir algo
Além do óbvio humor
Piada que se faz
Mendigo e único
Com certeza você vai rir
Dessa comédia
Sincera e visceral
Mas não se pode acreditar
Em quem fala a verdade
Mas mente pro espelho alma
Que existe
Me poupo
Desse agonizante viver
Pra me perdoar
Por sentir sempre vivo
Os sonhos verdades farsas
Sua redenção é crer
Nas verdades que mentem em todo ato seu
Meu desejo é ser o que importa
Quem sempre fui
Acima abaixo de toda escuridão luminosa

segunda-feira, 1 de março de 2010

Tão tolo quanto nenhum sábio jamais seria capaz de ser

O silêncio me responde
Hesitando dizer que se passa
Sinto o funeral em frente a parada de ônibus
formigando em meu peito
subindo até a garganta e fazendo um nó
que me sufoca numa forca conhecida como solidão
que as vezes pode ser paz
em outras, como hoje
é inferno na pele
deixando pra tras o cheiro
e as lembranças de um outro sorriso
que não era meu mas por não ser
parecia mesmo assim vir de mim
os dias de ressaca estão por vir
a cama de solteiro mais espaçosa que o de costume
revela um vazio além do peito
onde as noites quentes e frias
serão mais sentidas
pela ausência
e a vontade de gritar se faz presente
mas ninguém escuta nenhum anseio
os braços que ja foram abrigo
agora caminham longe e me pergunto
quando vou sentir de novo
quando vai voltar o que me importa?
o nada pode ter mais respostas que as minhas perguntas
e o tempo mais uma vez me rouba tudo
e me pergunto quando ele ira levar minhas ruinas também
catando cada caco
pedacinho por pedacinho
e vai me restar o que?
amor vivo
correspondido ou não
a negação do que vivo
seria a negação de quem sou
e sou erroneamente passional
pois acertadamente me deixo envolver
pela sensação
ainda inquieta dentro de mim
me resta abraçar a solidão do quarto
e ouvir meus lamentos
pois ninguém realmente escuta
quando a indiferença se impõe
num mundo onde é crime sentir
e condena todos que ousam
a serem conhecidos como os tolos
que nada alcançam