terça-feira, 1 de março de 2011

Contos do além fossa

Lealdade e devassidão colidem na madrugada

O som suave da brisa fria da madrugada era um convite pra uma caminhada solitária até a praça. Os carros cruzam seu caminho com as luzes violando a escuridão fria e muda, poucos bares abertos exibem sorrisos alheios, distantes que mais parecem perdidos num rosto qualquer e são tantas faces mas no fim da noite todas são só mais uma. No centro da praça, produzindo ecos em extase está aquela mulher que você, um mero professor do segundo grau,insone e apaixonado pode um dia depositar alguma confiança. Todas foram sempre assim né? um patético reflexo na sua crenças de que seus sentimentos se refletiam nessa galeria de mulheres virulentas. Ela estava fodendo como se buscasse o último orgasmo de sua existência sacana. Atrás de um muro bem ao centro da praça a sua inocente mulher com rosto angelical e aquele esboço de sorriso tímido de garota ingenua estava ali ateando fogo entre as pernas as custas da sua dor. A mais suja das vadias não seria capaz de gozar da sua ruína. Mas a muito tempo se fala que as melhores execuções eram em praças públicas. Esse pode ter sido o seu melhor...o que resta são só sobras.


Um prato feito por nada


Ele sempre foi gordo e nervoso como um porco prestes a ser abatido. Nunca teve uma mulher que não tivesse que pagar pela companhia mas ele sempre dizia gostar de viver as pornografias das 4 paredes de um puteiro qualquer. Um dia ele conheceu Tereza e ela nunca tinha transado com alguém sóbria e sem cobrar mas nesse dia quando combinaram o programa por alguma ironia ela não estava bebada e o gordo estúpido conseguiu fazer essa viciada gozar como se aqueles fossem os únicos segundos que podia usufruir. Primeira vez que aquele saco de banha proporcionava algum prazer a alguma mulher. Ela não cobrou e desde então ele vive indo visitar a puta. Certa vez em uma daquelas mesas ele foi la so pra conversar com ela e fez algo que nunca tinha feito antes. Apesar de ja ter penetrado centenas de vaginas que o seu salário minimo podia pagar ele nunca havia beijado uma mulher. E ali estava Tereza com a boca cheia de porra recebeu um beijo do gordinho rastejante e ela se sentiu única enquanto ele depois de beija-lá olhava seus olhos e sorria como uma criança enquanto a porra escorria nos cantos da boca do gordo e nenhum sêmen podia tirar essa eufória dele.


Agite antes de usar

Outro dia eu bebia uma cana com um velho amigo e conversavamos sobre emprego e eu lhe dizia que estava desempregado mas tava tranquilo porque não existia nada pior do que trabalhar limpando banheiro de lanchonete. Foi quando ele retrucou e contou como era a rotina do seu novo trabalho. Ele cuidava da limpeza de um cinema pornô localizado no centro da cidade e frequentado por pedofilos, travestis, putas, traficantes a procura de uma chupada no horário almoço, bons rapazes de boa família e bom emprego mas que vivem o subterrâneo de suas pervesões escondidos nas sombras marginais de antros como esse onde nenhum conhecido seu seria capaz de passar sequer na frente. Todos aqueles velhos tarados e fedorentos e aqueles moleques que não pegam ninguém e vão ali pra ver se partilham sua ejaculação precoce com uma bicha ou puta afim de uma intera pra uma pedra. E era esse pessoal que ele tinha que aturar, era a escória, assim como ele e por isso mesmo insuportavel. Mas muito pior do que a escória eram as paredes e cadeiras gozadas que ele tinha que limpar e depois de passar um dia inteiro ouvindo gemidos e vendo putaria na tela e ao vivo, isso sem falar do cheiro e de passar o dia todo praticamente nadando com a cara enfiada em porra dos outros a única coisa que tinha vontade de fazer quando chegava em casa era de não ter sexo ou ver sexo na sua frente o que levava sua esposa a foder cosntantemente com seu vizinho e ele sabia disso e os dois sabiam que ele sacava tudo o que rolava. E sabe o que é pior? além de limpar a sujeira alheia e de ser indiferente a sexo e traições o cara ainda recebia pouco por isso. Ele batia com o punho na mesa enfurecido e berrrava puto: "Eu devia ganhar 1 milhão por limpar a sua porra". Dei um gole na dose e nervoso paguei mais algumas doses pro meu camarada pra assim entrar em acordo com meu chapa e silenciar minhas idas no cinema. Eu ainda tinha muita pipoca pra estourar...



Açougue e paranóia no parque de diversões

Depois de sua filha ter completado 13 anos o seu vício começou a corroer a relação das duas e passou a ser uma mãe desleixada e passando pela mão dos maiores canalhas até ver seu corpo se decompor em no vício e nas doenças venéreas. Um belo dia ela começou a observar a filha com uma atenção comovente. Tocou a pele da garota e acariciou o rosto da filha por alguns minutos. Com aquele sorriso débil de mãe coruja ela olhou pra sua única filha e companheira, já que era mãe solteira e desceu as mãos até os seios da menina que estavam crescendo. Já era uma moça, menstruava e chamava a atenção dos rapazes. Ela levou sua filha até a praia nesse dia e vendeu a garota pra algum gringo em troca de uns trocados e jogando a menina a um amanhã qualquer. Logo ela da as costas e deixa sua prole pra trás e depois de andar por 6 quarteirões ela consegue o que quer e coloca no cachimbo todo o amor que se limitou a sentir. O crack consumia sua vida num abraço confortante. Um abrigo longe da cruel sanidade.

Vigilante noturno

3 da manhã e seus olhos abertos fixos no teto o motivam a tomar uma iniciativa. Depois de bater a cabeça na parede algumas vezes você se certifica de quem o pesadelo é mais real do que se imagina. Você abre a janela e olha pra baixo e o chão parece ser um imã te atraindo para seus braços. Suas vozes permanecem em discórdia dentro das trincheiras que sua mente construiu. A janela te chama e você consegue voar para uma macha nas páginas policiais.


Fim de noite

Daqui a 1 hora o sol amanhece e todo o lixo se recolhe pras suas casas e toma um banho antes de dormir. Passei tempo demais sozinho e vendo esse pessoal denegrir qualquer crença que eu ainda poderia ter no ser humano. Vi todas as putas e todas as bichas e aquele viciados chupando traficantes. Saquei a arma e disparei. Hoje eu tomei banho no sangue imundo que me ceifa todos os pecados. Sou o santo pecador que assim como você se nutre parasitando as falhas alheias assim posso esconder meus segredos mais hediondos. Apenas agi como um inseticida enquanto tantos se privam do seu direito de expressar e agir diante do que lhe é nocivo.



Bom dia proletário!

A barba por fazer e uma pilha de curriculuns empoirados pra entregar se juntam ao meu cansaço de mais uma noite em claro. A angústia e melancolia me acompanharam nessa noite muda e seu silêncio gritava minhas falhas. Agora que o sol nasceu eu ganho a sua companhia e ele sorri um novo dia pra mim. Outro dia perdido como bala em tiroteio. Amanhã tento mais uma vez matar a motivação em estagnar.

Nenhum comentário: