sexta-feira, 17 de junho de 2011

Teu futuro te condena

O futuro é assassino, segundo Leonard Cohen
Essa música está na trilha do Filme Assassinos por natureza
Mas me pergunto se não é tão óbvio
Eu assassinei o futuro hoje e amanhã farei o mesmo
Porque não aguento olhar para a sua cara inofensiva
Não suporto seus elogios e o seu sorriso covarde
Porque a vida se foi e ninguém se deu conta

Os dias seguem soturnos com um frio confortante
Se esgueirando diante do tempo
A vida é um furto
Eu leio todos os poetas e escritores de um mundo melhor
Escuto os discos de um gosto acima da média
E ninguém me diz absolutamente porra nenhuma!!!
Enfia seus discos do Velvet Underground e do Caetano Veloso no rabo
Rimbaud? Rambo é mais sincero! ele tinha uma arma na mão e muita munição

"Você escreve bem, me lembra o Bukowski"
Eu deveria me orgulhar por lembrar um velho defunto broxa, bêbado e que ninguém levava a sério?
Tanto quanto deveria me orgulhar de ter um cancêr na prostata né?

Nomes...tudo não passa disso
Nomes, números e definições idiotas que você programa em sua cabeça
E você se enche da sua arte e escrita e faz música pra gente de bom gosto
E você esfrega seus diplomas, cursos e curriculuns na cara de todos
Mas não sabe nem limpar a bunda
Deixa esse rastro de merda
Essa fragilidade patética de quem finge ser inabalavel
Se orgulha do seu país, da sua família e das suas crenças
Mas no fim é só um reflexo vazio no espelho
Uma grande lacuna que nunca será preenchida

Seus sonhos não me importam
Mas também não sonhem por mim
Não pensem em coletâneas de contos e poemas
Ou em músicas gravadas em parceria
Eu sou um assassinato
Sempre fui nocivo as pessoas
Se não o fosse, elas não viviam descartando minha existência de suas existências HAHA
E sabe por que? porque somos um enorme vazio
Eu não quero seu bem estar assim como você não quer o meu
Não finja! você só quer se safar dessa
Tirar o seu da reta e ficar com todas as glórias
Não respeito seu passado
Seus feitos não me interessam
Sua figura pública formadora de opinião
Sua militância em nome da cultura
A sua vida produtiva cuja única serventia seria estampar capas de revistas

E vejo no letreiro em neon a a sua "essência" pendurada em um expositor
"Imagem é tudo! sede não é nada
Obedeça sua imagem"
Banal como só você poderia ser, banal como a vida humana costuma ser
Faça parte desse espetaculo
Seja como uma garrafa de sprite pronta pro consumo
Viva para usar
Use para viver
Descartável é ser diferente
Então seja entretenimento
Seja falso e finja a vida e garanta seu futuro promissor
Um daqueles bem revista CARAS com sorrisos sintéticos
Se exibindo em uma nova liquidação

Abrace o calor humano das redes sociais
E faça um download de todo o amor que puder baixar
Reequentado em microondas e digerido pelo seu paladar plástico
Limite as fronteiras na cabeça e se ajoelhe diante da sua verdade
Sua verdade puta!!
Abrindo as pernas pra qualquer autoridade
Pra todo professor ou imbecil com uma guitarra na mão
Se deixando levar por qualquer farda
Seja ela militar ou universitária
Sua verdade puta...
Que geme no escuro e se deixa penetrar pelo pau imundo
De qualquer mentira que lhe jogue uma oferta maior

Sua dignidade está em leilão
Uma carona ou uma vaga num festival
Você tem seu preço assim como eu
Meu preço é a sua morte
É o fim de tudo como conhecemos
É uma nova literatura
Escrita em sangue por um Wellington Menezes de Oliveira
Manchando as paredes das escolas
Da Academia Brasileira de Letras
A poesia de uma Suzanne Von Ricthofen matando por dinheiro
Ceifando a vidas dos seus pais em nome do mais puro egoísmo
Você diz que soa mal? por que uso nomes de assassinos?
Vou citar Vinícius de Moraes? a beleza óbvia do seu tédio criativo?
Arrancar seus aplausos previsiveis?
Enquanto perdem seu tempo elegendo seus deuse literários
Esquecem de todos os versos tortos das vidas que não lhes interessam
Qualquer seu Zé ninguém tem mais poesia
Do que essas obras empoeiradas ostentadas em sua estante
Mas você precisa ser um seguidor, um servo e na hora de pisar em alguém
Seu Zé é seu lacaio e exemplo, definição e representação de toda a escória
Escória essa que você não enxerga em si
E se nega em assumir sua condição desprezivel porque sabe ler e escrever
E se masturba pra qualquer lixo que o Almodovar seja capaz de defecar
Ou talvez prefira o Woody Allen
É tão superior mas não consegue fazer as coisas sozinho
Precisa de gente que faça o trabalho sujo e que possa pisar em cima
Mas em breve estará por ai marchando pelo direito de todos os desafortunados
Todos que rejeita diariamente
E ainda fica ai horrorizado com os assassinos que produz
Ainda faz distinção dos casos como se a mídia e sua valorosa opinião
Determinassem quais vidas são mais relevantes
Todo tipo de gente morre todo dia e todo dia se escreve algo novo

E você ainda se acomoda a seus livros na estante?
Você as vezes deve pensar em escrever e ser um escritor
Mas você consegue escrever uma linha sem se basear na sua coleção de livros?
Mas sabe taxar qualquer um que não pense da mesma forma como irrelevante

Então me responda:

Quem é mais assassino do que você?
Você! indiferença...
Você! descaso...
Você! que desdenha...
E você? preconceito...quantos foi capaz de matar?
O mesmo número dos que marcham pela liberdade
A liberdade que eles reivindicam mas que em suas casas estão construindo uma muralha
Mantendo a liberdade alheia em cativeiro
O seu genial carcere privado

Não existe liberdade sem preço
Não existe bem estar sem dor

Execute quem merece morrer
Para uma revolução é nescessário quebrar alguns ovos...
Militantes do conforto
Do eu
Engajados em seu ego guerrilheiro
Onde a maior causa é você e sua prepotêncioa
Carrascos julgando quem deve existir
Cobrando pedágio para quem ousa respirar
Ousa ser
Ser algo que você esqueceu
Ser apenas sem hesitar o ser
Por mais non sense que isso possa lhe parecer
O sentido se sente
Mas por quem seria sentido em tempos tão conectados a posse
E possuir é o novo vício dos supostos "subversivos e revolucionários"
Fazendo arte com seus pertences
Um belo negócio movendo um mercado
Nada mais que uma boa embalagem para a mercadoria

Institucionalizaram tudo!
A tristeza e a raiva também se tornaram novas intituições
Encene seu papel e faça parte do enredo
Me cause nojo e eu te devolvo em dobro
Todo essa guerra fria contemplativa
Arremesso como uma granada
O asco que me assombra quando vejo seus olhos hesitantes
Eles parecem belos e tímidos
Parecem centrados no chão
Mas a única vergonha que você tem é vergonha da verdade
Nem mesmo uma mentira sincera te interessa
Porque você lida com comércio
Está sempre a venda
Todos vocês
E eu quero cobrar meu preço
Queria extirpar
Extinguir todo os males do mundo
Em um segundo
Ninguém seria poupado
Eu nunca me poupei- (não vejo razão para doar o meu perdão a ninguém)
Não é agora que vou te poupar de um desfecho tão belo

Queria toda a vida num fio de uma navalha
Cortando lentamente a sua jugular e deixando o sangue escorrrer
Cuidadoso como se estivesse traçando o desenho de uma nova existência

Quero a poesia dos versos a queima roupa
Quero ouvir cada vida agonizar
Quero me ouvir agonizando e sorrir
Rir de todo criador e criatura

Me mijar de rir
Soa mal dizer coisas assim não é mesmo?
Foda-se
Claro que lhe incomoda
Claro que você acredita nas pessoas e em sua boa vontade
Porque você fica ai na sua redoma
Sua vidinha segura
Sem grandes mudanças e reclamando da rotina que você escolheu
Reclamando porque não existe um pau que te coma e que te ame de verdade
Porque você só sabe tirar proveito das coisas que aparecem em sua rotina
Não consegue andar por conta própria
Reclamando porque sua namorada puta te traiu mais uma vez
Reclamando que hoje só tem dinheiro pra beber 5 cervejas
Porque não faz algo inusitado por sua vida? nunca tenta arriscar?
A segurança te domesticou
O conforto te castrou toda a vontade própria

Com 5 cervejas muita gente faz um estrago maior
Usando essa grana para comprar cachaça
Tem alguma rima nisso? algum lirismo?
Quer ver poesia aqui?
Pegue agora um espelho e um barbeador e leia tudo isso cortando sua cara imunda

Eu sou um revoltado frustado que odeia tudo e todos
É isso que você pensa? não?

Claro que pensa! é mais fácil definir o que as coisas aparentam
As pessoas tem medo de se conhecer
E se agarram ao superficial das outras porque são covardes
Sou mais corajoso que você? ou sou muito convencido?

NÃO!! eu sou mais estúpido que você
Porque ainda escrevo isso pra esfregar na sua cara
Ainda acredito... só não sei ao certo em quê

A maioria só iria ter o trabalho de acender o pavio
Eu acho a idéia tentadora mas quero atiçar a vida antes de explodi-la

Eu realmente quero "aparecer" mas não com esses "meus textos/poesias"
Quero aparecer como o desfecho da sua vida
Da minha vida
Um apocalipse prematuro para todos
Para toda a família
E o melhor! tudo isso antes do natal

Escrever faz de mim um escritor? não sei
Escrever sempre foi como cagar e todo mundo caga
Isso faz de todo mundo um cagão?
A lingua portuguesa que se foda!
A gramática é um tedioso embaralhamento de idéias que poderiams ser mais libertárias
Desculpa de quem não sabe escrever? claro que não!
Em tempos de tanta cultura e sabedoria é mais divertido ser um semi analfabeto hehe

O erro com intenção
O crime, o desacato a cultura
O que me interessa é o caos
A pirataria da sua falsidade sendo meu material
O meu e o seu lixo sendo moldados e semeando as dores expostas no mercado
Sofrer também é vendavel
Compre tudo antes que acabe
Sofra suas cenas de novela com esse roteiro mediocre

Estamos bem?
Tenho minhas dúvidas
Ainda bem que tenho
Ainda bem que não sou tão feliz ou infeliz como você
Tenho sorte por não estar sempre sorrindo ou sempre chorando
Não preciso me esconder
Mas me exponho demais e isso também tem seu preço
Todos temos...
Todos vamos pagar caro pela vida
E eu já tô devendo uma conta alta

E você? talvez eu acreditasse mais em você
Talvez eu acreditasse mais na gente se você jogasse fora o bom senso
E desse um forte abraço na demência
Pelo menos por um dia
Se ao menos por um dia você decidsse viver...
Mas você tem o amanhã
O maior assassino/assassinato:

O FUTURO

Que um dia eu vou matar
E com as mãos ensaguentadas eu vou erguer o (meu/nosso) futuro morto
E o tempo será o (meu/nosso) trofeu

4 comentários:

MADALENA MOOG disse...

Cachaça!

Artur T. disse...

Cachação

Camila disse...

Uau... muito bom.

essa parte: "Abrace o calor humano das redes sociais
E faça um download de todo o amor que puder baixar
Reequentado em microondas e digerido pelo seu paladar plástico"...
É A PURA REALIDADE!

andreysever disse...
Este comentário foi removido pelo autor.