sábado, 8 de novembro de 2008

Luto pelo óbito de uma noite perdida em doses

Quando as perdas e danos são irreparáveis e a vontade de sentir outra coisa mesmo que seja outra dor é mais forte do que se possa explicar, você apenas age sem pensar, explicações e culpa não tornam coisas acabadas novamente existentes. A noite segue zumbindo um mantra na sua cabeça que parece insistir em repetir "foda se tudo" e essa se torna a resposta para todas as perguntas idiotas e rascunhos de problemas que esfregam na tua cara quando você sabe que ao seu alcance tem o fim, lágrimas podem não estar presentes e nem o luto das homenagens póstumas com toda sua pomposidade carnavalesca que não serve pra nada e nem prova o que se sente quando a dor não te mata e te faz pensar se não seria melhor se ela matasse. A guitarra é legal, o baixo do jeito que você gosta e vocal é bom mas tudo parece artificial demais, vazio e sem nexo algum numa noite perdida. O tempo passa e a manhã parece nunca chegar deixando pra trás essa madrugada eterna, e o desejo ateia fogo em estacionamentos, e se tenta sentir algo quando não se pode mais se dar ao luxo das sensações e você confuso acorda e vai pra uma sala e fica preso aqueles malditos fones, sozinho numa sala fria e enquanto você grita as pessoas costumam rir. Nenhum baseado consegue te deixar chapado como gostaria porque é tarde demais pra negar a perda...sofrer é algo real mas ao menos se esta vivo pra reclamar disso, pra outros os dias de gemidos doloridos num lamento sem fim se foram e restou o quarto solitario. Ao menos o fumo era bom apesar de não ter surtido muito efeito.

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