segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Reprises sempre acabam

Subverta a liberdade
Tranque as idéias no escuro
Ninguém quer escutar mais uma diferença
Mais do mesmo é a sua saída
De mãos atadas a covardia
Você segue igual
A mesmice ronda seus dias
Consome qualquer vestigio incomum
e te joga como sobras pra um exercito
Padronizados e armados com um sorriso
Escondem o medo de se expor como realmente são
Falsos servos do todo mundo faz
Agem pelos outros e nunca esquecem do ter
Criam a dúvida que paira no ar viciado
De ares incapazes de se renovar
Tentam te atingir, num previsivel taxar
Previsivel afirmam ser o seu estado
Seu passar do tempo pra tantos estagnado
Talvez por ser tão curto quanto o seu
Mas sem esse hesitar trancafiado
Uma segurança que te suga a alma
Te deixa programado
Mais um robô falho!
Defeituoso é o circuito que te faz pensar
Que sua razão tem mais razão que a minha
Continuam rindo do que acham absurdo
Do que acham imaturo e irresponsavel
Mas seu adulto senso de certo e errado
Sempre foi desprovido de qualquer bom senso
No minimo uma castração que te prende a lama
Que afunda teus dias por motivos diferentes dos meus
Mas amanhã todos estaremos sufocados
Por desejos realizados ou não
E as frustações ganhas ou perdidas
Algumas nunca atingidas
Outras eternas parcerias
Não vão poupar nenhuma lado
E seu pedido
Assim como o meu
Por mais vontade e dedicação que se tenha
Pela fé mais devota que se possa dedicar
Não vai ser uma ordem
Porque toda desordem se sente queimando na pele
Ela te arrasta pra uma nova cova aberta
Te enterram vivo
A lembrança pra muitos sera so uma falsa piedade
Quem realmente vai sentir falta?

5 comentários:

Harrison disse...

muito legal seu texto, nem sei se merece tal qualificação. seria algo como uma poesia-desabafo, como vejo em tantos textos seus, esse seu estilo. mas isso não importa agora classificá-lo. nossa sociedade, esse meio-de-vida doentio que estamos inseridos, mesmo tendo alguns centímetros cúbicos dentro do nosso cérebro ainda inatingíveis por esses tempos tão sombrios, somos bombardeados a todo o momento pelas mensagens desses que querem que tudo continue a bosta que está, ou mais, piorar e transformar esse mundo de vez num verdadeiro mar de lama. é difícil não cair. como se estivessem nos convidando a aceitar essas regras que nos impuseram. eu não quero fazer parte disso aqui. as pessoas cada dia mais estão robotizadas, se deixam levar pelas falsas promessas, pelas falsas verdades, pela hipocrisia que empesta esse ar poluído que respiramos. a vida é injusta, se tem algo que aprendi sobre ela, é isso aê. bora tomar uma?

Augusto Karva disse...

Caia fora o quanto antes meu velho!

Eveline disse...

"Você segue igual
A mesmice ronda seus dias
Consome qualquer vestigio incomum
e te joga como sobras pra um exercito
Padronizados e armados com um sorriso
Escondem o medo de se expor como realmente são
Falsos servos do todo mundo faz..."

Igor, o seu texto mostra a verdade que corta. A verdade que não queremos saber, ver e sentir. Somos programados para viver dessa mesmice que escraviza e que faz doer. Muitos não sentem tal dor. Muitos são comuns ao ponto de viver nessa programação robótica.
Às vezes somo mesmo como robôs que choramos com lágrimas de oléo que revigoram uma máquina.
Às vezes a vida é sinônimo de uma programação forçada.
Seu texto como sempre me deixa perdida. E sim, isso é bom.
Beijos

PATATIVA MOOG disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
PATATIVA MOOG disse...

"Te enterram vivo
A lembrança pra muitos sera so uma falsa piedade
Quem realmente vai sentir falta?"

No mundo real, na vida real, "O homem é lobo do homem". Cabe a mim, a você e a qualquer outro não esperar o melhor de ninguém, sempre. Mas, viver sem alguma confiança é bem ruim... por isso que é bom confiar desconfiando (ou: desconfiar da confiança). Enfim... texto vesceral, como sempre digo. Acho tudo sempre bem perto dos textos daqueles loucos da geração beat (e digo isso como elogio). Enfim... fim.