quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Aqui jaz uma chuva de navalhas ensurdecedoras

Ele costuma ficar feliz em dias de chuva, quando não se consegue escutar os pensamentos e nem as perguntas pois a chuva cai pesada ,sem piedade e te empurra pra baixo em algum lugar perdido no meio de uma tormenta onde as nuvens um dia esconderam algo que agora não importa mais. Um velório seguido de um enterro daquilo tudo que um dia você chamou de vontade. A chuva passa e algo passa junto com ela mas você não sabe o que é, e os dias sem explicações vão embora dando lugar a respostas que nunca respondem nada.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O porão que nunca tive dentro de casa

Uma dúvida insistente sobre essa eterna mentira sutentada pelo medo, e toda essa tradição de se esconder atras das crenças. Acreditar é so uma fuga que escolhemos pra aliviar o óbvio. Descemos escada abaixo o corredor escuro, e dessa vez descemos demais e a vida escorre em nossas mãos e o futuro, ainda mais escuro, no fim do corredor parece ser distante demais pra importar. O tempo constroi coisas mas as destroi com maior facilidade e sem piedade ele nunca avisa quando as coisas acabam. Juntando os pedaços dentro de você tentando construir um arremedo do que foi e toda aquela motivação dos dias em se era ingenuo demais vão embora com todo o tal conhecimento que muitos ostentam com orgulho. Mas não se pode fugir desse conhecimento e nem seria bom fugir dele, pois a conclusão sempre vai ser fechar os olhos e descansar e todos merecem um bom descanso depois de uma longa caminhada, principalmente quando essa caminhada sempre foi rumo ao nada. Mas podemos fazer tanta coisa quando estamos caminhando pra esse nada, so basta escolher algo.

sábado, 8 de novembro de 2008

Luto pelo óbito de uma noite perdida em doses

Quando as perdas e danos são irreparáveis e a vontade de sentir outra coisa mesmo que seja outra dor é mais forte do que se possa explicar, você apenas age sem pensar, explicações e culpa não tornam coisas acabadas novamente existentes. A noite segue zumbindo um mantra na sua cabeça que parece insistir em repetir "foda se tudo" e essa se torna a resposta para todas as perguntas idiotas e rascunhos de problemas que esfregam na tua cara quando você sabe que ao seu alcance tem o fim, lágrimas podem não estar presentes e nem o luto das homenagens póstumas com toda sua pomposidade carnavalesca que não serve pra nada e nem prova o que se sente quando a dor não te mata e te faz pensar se não seria melhor se ela matasse. A guitarra é legal, o baixo do jeito que você gosta e vocal é bom mas tudo parece artificial demais, vazio e sem nexo algum numa noite perdida. O tempo passa e a manhã parece nunca chegar deixando pra trás essa madrugada eterna, e o desejo ateia fogo em estacionamentos, e se tenta sentir algo quando não se pode mais se dar ao luxo das sensações e você confuso acorda e vai pra uma sala e fica preso aqueles malditos fones, sozinho numa sala fria e enquanto você grita as pessoas costumam rir. Nenhum baseado consegue te deixar chapado como gostaria porque é tarde demais pra negar a perda...sofrer é algo real mas ao menos se esta vivo pra reclamar disso, pra outros os dias de gemidos doloridos num lamento sem fim se foram e restou o quarto solitario. Ao menos o fumo era bom apesar de não ter surtido muito efeito.

sábado, 1 de novembro de 2008

Defeito de fabricação

Posso ser a dor constante, assim como fui lama
Ter 1 minuto, quando nunca tive nenhum motivo
Quero o seu lixo ,como um dia tive seu afeto
Sou um acidente barulhento e a dias não escuto distorções

Sugando outro dia, e antes tinha o chão frio
O vômito reflete segredos, gritar foi uma escolha
Mais uma lacuna que preenche um cotidiano
Cheio de ideias perigosas e com as mãos prontas pra agir

A paranóia move seus olhos furtivos
Uma procura confusa, um ponto perdido
No meio do nada muitas coisas encontram um fim
Escolhas erradas por um preço alto

Feridas abertas dentro da sua cabeça
Te deixam em pânico, surtando, tingindo tudo a seu alcance
Tudo num vermelho vivo, intenso
Deixando as coisa em volta sem vida

Não se ama sem pensar no maldito amanhã
Mas se mata agora e sempre
A urgência em destruir tudo
É algo incluso no nosso pacote desde a fabricação
Sem manual de instruções acabamos com tudo aquilo que importa