terça-feira, 26 de agosto de 2008

Mais um dia no açougue

Ele sai do trabalho num desses dias que que chefe pega no seu pé o levando a pensar no homicídio como uma boa solução que traria um silencio confortante. Isso sem falar naquela namorada neurótica que num surto psicótico passa o dia ligando a cada 5 minutos fazendo ameaças baseadas em alguma paranóia sem sentido que o leva a mandar ela tomar no cu e logo em seguida desligar o telefone na cara da desgraçada. Indo pra casa você observa as pessoas na rua e pensa em como seria legal derrubar o senhor de muletas que esta na sua frente, e quem sabe roubar a grana do cego e falar que o sinal ta vermelho e que ele pode passar quando na verdade,o sinal esta verde, sente uma vontade enorme de pegar uma barra de ferro e espancar o pastor que fala sobre a luz enquanto você ta com energia da sua casa cortada. Olha pras crianças, bebês inocentes e imagina como seria legal toma los dos braços de suas mães e joga-los no chão e começar a chuta-los . Olha pra todos e se sente feliz em imaginar como seria bom priva-los de todo esse futuro sem graça que vem pela frente. Ele finalmente chega em casa e o telefone não para de tocar e mal senta no sofá e a vizinha chata da frente não para de bater na porta pedindo pra abaixar o som. Ele chega na cozinha e enfia a mão no liquidificador até sentir algo além da monotonia que costuma acompanhar sua semana sem sentido e fica la com a mão ensanguentada esperando a dor fazer sentido.

Outra dose de tédio cheia de arrogância e com muito gelo

O crepúsculo da arte em um cataclismo poético e todo o blá blá blá intelectual do seleto grupo de escolhidos iluminados donos da verdade que precisa se explicar e vomitar seus motivos e anseios por se considerar importante demais diante de todos os mortais ignorantes que são indiferentes a abençoada arte intocável. Seus versinhos,quadros,canções,esculturas,atuações e todas as demais manifestações e intervenções artísticas pretensiosas são so mais um monótono exercício masturbatório megalomaníaco dignas de pena. Um tiro de misericórdia pra todos cheios de si preocupados demais em aparecer no topo quando na verdade estão sempre na fossa ilhados em toda sua merda. Todo esse conhecimento se ao menos fosse usado como encosto de porta ou porta copos poderia ter alguma serventia mas creio que seja facil demais vestir essa pose e ainda mais quando se tem tudo, quando se tem grana se tem automaticamente uma licença pra ser imbecil. Boçal com toda aquela corja de amiguinhos bajuladores que massageiam sua prepotência. Mas não se pode evitar uma pergunta que do alto desse trono e toda essa majestade a dúvida seria se alguém limpa a bunda desse povo também. Quem limpa a bunda da corte?

sábado, 23 de agosto de 2008

Notas confusas sobre porra nenhuma pra ninguém em especial

Não me importa mais o maldito plano traçado desde o meu nascimento.Se todos sabem como vai ser o meu futuro, se cada um da seu palpite,faz suas apostas nada mais justo do que não me importar com a minha sina. Nunca me causou muita comoção esse modelo exemplar de vida social no cativeiro seguro e cristão limitado por muros de mesmice e aquele entediante discurso sobre o que é certo. Mas nunca prestaram atenção pois tinha gente demais la fora,um povo correto que merece atenção. Pra que escutar o cara do contra não é mesmo? pra mim a pergunta é pra que esperar ser escutado? eu, você todos surdos. Não sou especial e muito menos o primeiro e único a ser ignorado. Aqui não tem acordo, ou você faz o que te dizem ou você esta errado.
Tenho que entender que anos de frustração, falta de saúde e grana são a culpa que devo carregar pra cova e esse é meu único direito se não sigo o certo, então me sobra o direito de ficar quietinho e muito satisfeito com isso. Carrego uma culpa e não responsabilidade de ninguém pois na verdade se fosse ter que culpar alguém teria que culpar todos mas tenho certeza da minha culpa sempre presente pois seja la qual for a ocasião a responsabilidade é minha. Pena que muitos achem que eu esteja fugindo dessa forca e desferem olhares condenadores de reprovação com aquele ar de superioridade de quem tem "sempre razão". queria esclarecer que nunca me senti mais do que ninguém pra ter um porta-voz pra me dizer e a todos que puderem ouvir que eu não me importo com nada mas as vezes acho que o tempo que todos afirmam ser tão crucial esta me tirando tudo que me importa. Depois de muito tentar tornar as pessoas que te importam felizes e terem algum orgulho de você isso acaba cansando e as pessoas também se cansam de você e no lugar do afeto sobra a indiferença. ninguém ganha com isso e todo esse jogo acaba sendo contraditório a essa sociedade competitiva cheia de hierarquias mas que nessa sua busca acaba gerando um circulo de autodestruição.
Tanto tempo foi gasto pra construir algo e o que esta são ruínas e não estamos falando de pessimismo mas vejo como sendo o contrario que a morte é o combustível da vida. O fim das coisas faz com que elas se movam pra algum lugar mas não me pergunte pra onde. Vivemos para morrer um dia e como vou negar que a vida gira em torno da morte como se ela fosse uma espécie de sol. A diferença é o que você faz antes da morte cobrar o aluguel. É um jogo de azar com apostas altas sem meio termo onde se tem muito a perder e todo mundo é suicida ou homicida e não existe neutralidade nesse caso então é girar o tambor e começar a brincar de roleta russa. Pense bem em quem você destruiu pra estar onde esta, todos nos temos esse rastro porque não existem inocentes e talvez a resposta esteja no espelho.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Cuspindo pra cima

As paredes tem ouvidos mas se limitam a escutar pois nunca falaram comigo. Seria perca de tempo pois certamente eu não as escutaria simplesmente porque cansei de escutar coisa bastante normal quando se atinge certa idade. Eu vejo pássaros numa praça comendo migalhas como você um dia fez pelo amor de alguém, mendigou com a mais implacável das fomes um sentimento que nem ao menos sabe da sua existência. Palavras duras? cruéis? assim espero que sejam pois só assim poderiam se fazer ouvidas quando estamos cercados por muros onde a sutileza das coisas não pode ser ouvida. O mundo gira rápido e certamente não gira pra você e aquela bela garota amargamente doce como as melhores canções folk não vai te dar atenção mas quem sabe um dia você tenha grana pra pagar muitas garotas como ela porém mais amargas por terem que cobrar algo que normalmente ela faria de graça. Tudo isso é cômico e remete aos tempos que no colégio você chegava arrastando seu corpo com tamanho receio como se tivesse cometendo um crime por existir no mesmo ambiente que seus colegas sempre sociaveis e dispostos a compartilhar contigo aquele humor sacana que geralmente te escolhia como alvo principal. Hoje chama isso de bullying ou coisa do tipo mas eu sempre achei que era a velha sobrevivência se fazendo presente e assim nascem e crescem explorados e exploradores em salas de aula transformadas em ringues ou diria até que seriam arenas pra dar aquele clima romano como referencia que os metidos a poetas adoram ler e logo depois podia meter no texto como um porco velho mete numa puta alguma citação a baco e ao vinho, a bacanais homéricos mas tudo isso é balela. Meus parabéns se você respira poesia, se você tem a arte nos poros e atua na contramão destilando sua cultura cheia de subversões e outros artificios bonitinhos que você leu em algum livro e decorou pra assustar papai e mamãe e fazer pose bacana pros amigos mas isso não vai colar com todo mundo, sinto muito. Eu sei que tenho respirado muita fumaça e meus poros eliminam álcool e nicotina com uma frequência digna de merecer o titulo de religiosa, daquelas que você usaria pra fazer algum poema chato e recitar em algum sarau sem graça. Um dia olhei pro céu e tava no quintal com meu cachorro pensando em como seria legal voar pra longe da minha casa e coisas do tipo que quando se é moleque você acredita cegamente até o dia que alguém vai e pisa nisso e você ganha mais uma coisa pra se duvidar. O céu era tão azul que chegava a ser irritantemente belo naquela tarde de quarta e fiquei muito tempo olhando pra cima sem pensar em nada além do azul. Hoje eu sei que tem gente que queria estar vendo a porra do céu também mas não esta viva pra isso, na verdade não esta viva nem pra querer isso e essa coisa toda me faz rir da tal criação e a força maior por trás dela simplesmente porque eu tenho o azul pra acreditar e muitos morreram e não podem compartilhar disso comigo portanto isso me faz um cara de sorte e me faz cogitar a possibilidade de comprar uma arma assim o azul fica so pra mim. Alguns anos se foram depois daquele dia em que descarreguei a arma nos seus sonhos e desde então os dias são vermelhos e vejo o céu apenas na hora do banho de sol. Agora eu tenho um rastro vermelho pra mim, o meu tapete vermelho me conduzindo a um infinito de possibilidades. O amor eu joguei na privada e dei a descarga porque aqui ele nunca teve serventia nenhuma.