quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Até domingo!

Ela te arrasta pra sessões espiritas,depois pra missa e em seguida se converte em uma igreja evangelica dessas que as pessoas tentam parecer normais mas antes disso muitos livros de auto ajuda e caixas de lexotan foram seus guias espirituais e no caso do lexotan arriscaria dizer que era o deus que hoje chama de jesus. O deus agora mudou pra um calmante mais fraco.
Ele ganha pouco e chega em casa com a cabeça cheia de problemas e contas pra pagar.As coisas em casa nunca são como ele quer e ele sempre quer tudo perfeito e esta com seu dever como bom cristão em dia pagando o dizimo todo mês. Ele usa a força quando preciso pra mostrar pra ela a autoridade dentro de casa e sua educação interiorana sem firulas na hora de exemplificar o que é disciplina. Ele ja foi um herói mas hoje é um cara que só as vezes está realmente certo assim como todos.
O moloque deles é meio confuso e faz tudo que eles não fazem e sua reputação nunca foi das melhores.Muita gente tem pena dele mas mal sabem o quanto ele tem nojo e pena de todos que pensam assim. O garoto sempre ta errado mas sempre se diverte assim e sinceramente eu nunca tentaria entende-lo. Agora ele não tem heróis e nem algo pra acreditar e se sente aliviado por não ter que ir a igreja mas ele não faz nada e não tem nada ou pelo menos é assim que todos pensam. E dai? todo futuro seja de quem for acaba no mesmo lugar o grande problema é quando o presente não sai do canto e fica naquela mesmice como tardes de domingo. O tio dele bebia muito e sempre dizia pra todos que conhecia que ia voltar no domingo mesmo voltando no outro dia e sinceramente ele era um homem bastante ocupado pois tinha muitos bares pra visitar e muitos casos pra viver e nenhum deles quando ele os contava pareciam com as tardes de domingo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Muros e repelentes

Quando as coisas não vão bem
E o ressentimento te abate
E todas as luzes apagadas
Um molotov jogado
Contra um muro de remorso
A muito tempo sustentamos
Uma muralha desprovida de piedade

E quando se responde
Que esta tudo como sempre
Mas o tempo não parou
E na casa entre os muros
Não existem mortos
Apenas feridos na guerra que é a rotina
Que não poupa ninguém

Tornando os dias eternos porém tão curtos
O tempo sempre te engana e te joga no chão
Longos caminhos cruzados mas foi tudo tão rápido
Tanta coisa acontece,uma vida em um segundo

É um dia que se perde
Sem nenhum motivo
e só resta outro dia
Não se sabe porque

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Lar doce lar e todo o conforto de uma camisa de força

"Que a familia comece e termine sabendo onde vai, e que os filhos conheçam a força que brota do amor..." (Pe zezinho e sua música tão "inspiradora" sobre a família)

Sementes jogadas ao nada e todo aquele projeto perfeito e acolhedor se transforma em ruínas mas a culpa não é sua. A comida tava na mesa,as contas foram pagas, a igreja sempre aos domingos mas a escola deveria ir bem e o seu dinheiro do trabalho suado foi algumas vezes pra aquela corja de parasitas que lucram com esses vícios nojentos desse mundo sem moral. Mas aonde foi que você errou? em nada pois fez o que tinha que fazer como modelo a ser seguido mas o que plantamos nem sempre cria raízes onde gostaríamos que criasse ou simplesmente se perde por ai por que escolheu um outro rumo que é contrario a tudo aquilo que foi construido como valores para definir um carater de alguém que deveria ser sua prole e honrar a família mas os planos n foram bem sucedidos. Mas a culpa não é sua e sim de quem deixou de andar na linha pra seguir uma escada em direção ao mais profundo poço transbordando cheio de desencanto(ledo engano). A culpa é toda sua, seja pai ou filho as responsabilidades sempre vão existir e os atos sempre terão sua consequência e se engana aquele que acha que sempre existe o lado certo pois os dois estão errados em uma bela comunhão ,um belo erro que chamamos de lar cheio de mentiras mas que nunca consegue admitir a farsa. Todos mentem mesmo os que tem grande apreço pela verdade e sinceramente pais e filhos sempre vão estar errados mas não como aquela musiquinha babaca do legião e sim porque ninguém nunca te conhece quando não sabe ou não quer te escutar.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Parafusos sextavados

Acorda 7 da manhã,tomar café com pão correr e pegar o primeiro busão que passar pra chegar a tempo no trampo e bater o ponto antes que esse se torne seu terceiro atraso e você leve uma advertência. Seu transporte chega lotado e sua mochila fica presa na porta, quando chega a sua parada o caminho até a saída parece um parto e quando a luz surge a visão não é nada legal e por um momento você pensa que o inferno é tão amarelinho e cheio de materiais de construção mas que nunca se sabe o que vão construir, as vezes parece que era a sua cova que iriam preparar com tudo aquilo. Você e sua ressaca chegam a porta do estoque sempre aberto e vadio cheio de pilha de produtos idiotas que poderiam ser uma bela fogueira um dia mas o estoque era melhor do que sacos de cimentos sendo carregados pro carro da madame ou míseros 40 centavos pra ajudar no seu almoço(ao menos deu pra uns 4 cigarros).
Meio dia e chega a hora do almoço das lamentações com todos aqueles vendedores gordos ,carecas ou magros e baixinhos falando o quanto as suas vidas eram uma merda e que nem suas amantes faziam um boquete bem feito e a única diversão era encher o saco dos estagiários como se eles fosse novos recrutas num quartel.Aquilo tudo era um grande chute no saco ao som de alguma música do Phill Collins, que por sinal o gerente fazia questão de escutar todos dias as mesmas músicas melosas e estúpidas do bom moço que é responsável pela fase mais chata do Genesis. A melhor visão era as garotas do escritório ou a mulher do dono da loja subindo as escadas de mini saia coisa que parava os vendedores e estagiários da loja com uma certa frequência mas no seu caso sempre existia muito trabalho além do estoque como ir buscar cafezinho pro dono,arrumar prateleiras la embaixo,receber mercadorias,pagar contas e ainda trocar a água mineral do escritório que tinha acabado. As latas de cola nas prateleiras do estoque eram uma tentação pra que entende realmente o que é tédio, principalmente quando ele vem acompanhado de Phill Collins como trilha sonora.
Hora de ir pra casa e tirar o uniforme ridículo e trocar por uma camisa de alguma banda e ir encher a cara com os amigos e esquecer todo aquele circulo doentio de "sociabilização" forçada que rola no trabalho. No trampo você era o "punk" quando saia sem o uniforme com a camisa do Joy Division surrada mas no bar você era como qualquer outro, mais um cara na mesa mas podia ser você mesmo e isso era muito bom depois de um dia cansativo pois a fuga n era o bar e sim o trabalho onde todos eram obrigados a fingir pra ganhar todo mês uma esmola que ao menos dava pra pagar a birita e o transporte,mal mas dava. No outro dia era a loja fechada pra balanço e todos tem que contar os produtos e numa certa hora te sobra contar uns tais parafusos sextavados mas quando estão em 300 parafusos um filho da puta faz você perder a conta e la vamos nos outra vez contar tudo até chegar aos 600 parafusos malditos. Tudo isso e outras coisas rolaram em 4 meses de trabalho escravo,muito café,cigarros,poucos amigos e muitas ressacas te chutam da empresa simplesmente por não babar o ovo de que era tido como superior a você, mas o lance não era fazer o seu serviço direito? vai entender...arrumando as coisas e se despedindo dos poucos amigos um vendedor chega perto e quando percebe o que ta rolando seus olhos cheios de lágrimas e a fala tremula desejam boa sorte, e você sai de cabeça erguida com um sorriso sacana no rosto depois de ter apertado a mão do cara e pensando que devia ser remorso por ele ter te tratado tão mal durante o tempo que esteve ali. Um pé fora da empresa e o cigarro aceso ainda de cabeça erguida não por uma vitoria, pois não se trata de vencer ou perder se trata de viver e agora estava livre e podia ficar no bar até o outro dia se quisesse e foi pra la que foi até um novo trampo ou um novo porre, pois como todos sabem quem bebe os males vomita.

Proibido estacionar

Um carro de portas abertas sempre oferecendo um passeio pro inferno e é madrugada e o relógio diz que é cedo demais pra morrer e tarde demais pra viver. Mas sempre tem um teimoso que ignora o relógio e lembra que até logo ou até mais,tanto faz,é sempre um adeus no final.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Um ano em um minuto

"...E não é o suficiente, dei tudo quanto podia,Mas nós ainda representamos o nosso papel.Isto é o que tu ganhas,Isto é o que tu ganhas,Isto é o que tu ganhas ao te meteres connosco.Por um minuto eu perdi-me Eu perdi-me." (RADIOHEAD-karma police)


Era natal e o beco do crime não negava que a festa era cheia de contrastes que algum desses poetas metidos a místicos iria se referir como uma linha tênue entre o profano e o sagrado. Pra mim foi uma divertida putaria de uma noite que teve quem sabe mais relevância do que um ano.As garrafas iam se esvaziando e muitos usavam tal fato como pretexto pra falar verdades que não conseguem ter coragem de falar quando sóbrios. Alguém disse que o chão é o limite e ela ainda esta sangrando e resta secar a dose e fingir que nada aconteceu e essa é apenas mais uma das festas de sempre.
Finalmente chegam as festas de amanhã e o reveillon deveria ter sido uma continuação do que rolou antes mas foi apenas um exercício tedioso de ócio em conjunto mas sem nenhuma harmonia com o caos sendo refletido na trilha sonora da festa no mínimo inusitada mas o que teria de especial nisso tudo? 2007 foi um ano como tantos em tantos se enganam e você tinha até esquecido de muita coisa mas os dias caóticos numa paranóia em relação ao futuro se tornaram mais evidentes como uma dor chata que insiste em incomodar fazendo sua cabeça parecer um ônibus lotado ao meio dia num calor infernal que te sufoca e a única brecha que você encontra pra respirar é ao lado de um sovaco peludo de algum peão que ta fedendo mais do que um bicho morto. E o ano passa e 2008 cospe na sua cara e sua amiga teve um bebê legal que certamente vai lhe chamar de tio num dos inúmeros churrascos que você vai estar embriagado tentando ser social com um sorriso débil e gentil mas que não é nada mais do que o efeito de toda substância que foi ingerida pra suportar esse tipo de reunião forçada. Mas existe a sua amiga e o garoto e o resto nem precisa dar atenção afinal eles nem importam, as mães e filhos que importam. Voltar pra casa com uma longa estrada de cocaína a sua frente esperando ser aspirada como algo nunca explorado e tudo começa novamente com o dia e depois vem a noite, uma voz amigável te diz que ta tudo bem e que esta entre amigos e não precisa ter medo.
Por um breve momento quase pirando com tanta coisa em 12 meses que pareceram 1 minuto de uma música raivosa,esquezofrenica e muito confusa um flash na sua frente parece ser um sinal de que tudo passou num lapso frenético de um tempo cheio de colisões e refletindo as suas fraquezas como a de todos que te cercam e de todos que nem conhece, toda aquela fraqueza que traz páginas e mais páginas em branco e aquele receio em escrever algo nelas pois certamente iria rasgar logo em seguida. Apenas um ano pra rasgar as páginas e quem sabe escrever outras. Senão é queimar todas elas pra se aquecer do frio que traz os anos com 60 segundos, os anos que passam mas nunca terminam pois ficam pairando sempre presentes olhando pra você. Pegue o seu 2008 com suas metas e planos perfeitinhos que todo vez não saiem do projeto pra prática e sente em cima e quem sabe não se sinta melhor, como diria o cara que não teve ceia e nem conseguiu dormir na rua como sempre faz todo dia pois na virada todos os fogos e pessoas artificialmente felizes pertubaram demais o seu sono.



(Qualquer semelhança com fatos ou individuos é mera conhecidência e aqui tudo não passa de uma mera ficção que tem o intuito de enrolar tanto o leitor como o escritor ou talvez ambos devessem arrumar algo melhor pra fazer nesses tempos de big brother com tantas verdades virando jogos e nos ensinando coisas mais interessantes que nehum livro jamais vai poder ensinar hehhe)